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Fornos e um pedaço de massa fossilizada que os soldados de uma fortaleza militar de 3,5 mil anos nunca tiveram a chance de comer foram encontrados no norte do deserto do Sinai. Os achados foram divulgados no último dia 11 de outubro no Facebook pelo Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito.
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Uma das muralhas localizadas dentro da fortaleza de aproximadamente 0,8 hectares (8 mil m²) tem um padrão em zigue-zague, que se estende de norte a sul e divide parte da seção oeste que era usada como área residencial.
Esse zigue-zague "ajudou a reforçar a estabilidade da muralha e a reduzir o impacto da erosão eólica e arenosa", explica ao site Live Science por e-mail Hesham Hussein, subsecretário de Arqueologia do Baixo Egito e Sinai do Ministério do Turismo e Antiguidades, que liderou a equipe de escavação.
Alguns dos recessos externos da muralha continham pequenos fornos provavelmente usados "para atividades domésticas diárias dentro da fortaleza", acrescentou Hussein. Lá perto, os especialistas encontraram a massa fossilizada, ao lado de um dos fornos.
Construção assinada por faraó
Até agora, os arqueólogos descobriram 11 torres defensivas no forte, e algumas delas possuem "depósitos de fundação" feitos de cerâmica enterrada ali no início da construção. Na época, os depósitos eram comumente enterrados como oferendas rituais em estruturas recém-construídas.
Curiosamente, parte da cerâmica soterrada tem gravava o nome de Tutmés I, faraó que reinou por volta de 1504 a 1492 a.C. Ele expandiu o império egípcio até a atual Síria, o que ajuda a explicar a localização da fortaleza.
O recinto fica em Tell el-Kharouba, um sítio arqueológico próximo à antiga estrada militar "Caminho de Hórus " ou "estrada militar de Hórus", em homenagem ao deus egípcio do céu e da guerra, com cabeça de falcão.
Fornos e massa conservada são achados em fortaleza militar de 3.500 anos no Egito
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Fornos e massa conservada são achados em fortaleza militar de 3.500 anos no Egito — Foto: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito/Facebook/Reprodução
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Fornos e massa conservada são achados em fortaleza militar de 3.500 anos no Egito — Foto: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito/Facebook/Reprodução
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Fornos e massa conservada são achados em fortaleza militar de 3.500 anos no Egito — Foto: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito/Facebook/Reprodução
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Fornos e massa conservada são achados em fortaleza militar de 3.500 anos no Egito — Foto: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito/Facebook/Reprodução
Fornos e massa conservada são achados em fortaleza militar de 3.500 anos no Egito
Outras fortalezas já foram encontradas nas ruínas da antiga estrada. Esta, em especial, teria um grande número de soldados. "Levando em consideração depósitos, pátios e outras instalações, estimamos que a guarnição tinha provavelmente entre 400 e 700 soldados, com uma média razoável de cerca de 500 soldados", disse Hussein.
A partir de rochas vulcânicas das Ilhas do Mar Egeu, possivelmente usadas para construções dentro da fortaleza, os arqueólogos acreditam ainda que lá existiam residências para os soldados. Agora, a equipe segue investigando se há um porto próximo que possa ter ajudado a abastecer a guarnição.
Conforme conta ao Live Science James Hoffmeier, arqueólogo e professor da Trinity International University, nos Estados Unidos, que escavou uma fortaleza diferente no deserto do Sinai, a nova descoberta apoia a "a visão de longa data de que Tutmés I foi o pai do império egípcio na Ásia Ocidental e que ele provavelmente foi um personagem-chave no início deste sistema de defesa, no qual reis sucessores adicionaram mais fortes".
Já Sharif Fathi, Ministro do Turismo e Arqueologia do Egito, destacou que "esta revelação é uma personificação concreta do gênio egípcio antigo na construção de um sistema de defesa integrado para proteger a terra do Egito", narrando novos capítulos da antiga história militar e reforçando a posição do Sinai como uma terra de civilizações únicas ao longo dos tempos.