Ex-Disney é detonado após criar aplicativo que “ressuscita” entes queridos com IA; assista Ex-Disney é detonado após criar aplicativo que “ressuscita” entes queridos com IA; assista

há 1 semana 9
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Calum Worthy foi alvo de críticas após divulgar o app 2wai, que cria avatares de pessoas falecidas usando IA. A propaganda gerou forte rejeição e preocupações éticas entre usuários das redes sociais.

O ator Calum Worthy, conhecido pelo papel na série “Austin & Ally”, virou alvo de críticas nesta semana após divulgar um aplicativo que utiliza inteligência artificial para criar avatares de pessoas falecidas. Em uma postagem no X (antigo Twitter), na terça-feira (11), ele compartilhou um vídeo promocional do app “2wai” e escreveu: “E se os entes queridos que perdemos pudessem fazer parte do nosso futuro?” — frase que imediatamente despertou indignação entre usuários.

Segundo Worthy, sua empresa — fundada ao lado do produtor Russell Geyser — pretende “construir um arquivo vivo da humanidade”. O anúncio do 2wai mostra uma mulher grávida conversando com uma recriação digital de sua mãe falecida. Em seguida, o vídeo avança no tempo: a “avó” lê histórias para o neto recém-nascido, conversa com ele após a escola e até acompanha o nascimento do seu futuro bebê. Ao final, surge o slogan: “Com 2wai, três minutos podem durar para sempre”.

Assista:

What if the loved ones we’ve lost could be part of our future? pic.twitter.com/oFBGekVo1R

— Calum Worthy (@CalumWorthy) November 11, 2025

A propaganda acendeu alertas éticos e emocionais. Um internauta escreveu que o aplicativo é “objetivamente uma das ideias mais malignas imagináveis”. Outro classificou o projeto como “demoníaco, desonesto e desumanizante”, afirmando até que “amaldiçoaria” quem tentasse recriá-lo após sua morte.

“Se eu morrer e você colocar palavras na minha boca, eu o amaldiçoarei por toda a eternidade.”, escreveu um internauta. (Foto: Reprodução / X)

O 2wai — já disponível para iOS — permite criar avatares digitais, chamados de “HoloAvatars”, a partir de um vídeo de apenas três minutos. A empresa não explica como tamanha limitação de dados seria suficiente para replicar personalidade, comportamento ou memória. A falta de transparência aumentou o desconforto do público. “Nada diz ‘compaixão’ como transformar o luto das pessoas em um modelo de negócios”, criticou um usuário.

Além de permitir avatares customizados, o app oferece figuras predefinidas, como um personal trainer chamado Darius, uma astróloga chamada Celeste e até recriações históricas de Shakespeare e Henrique VIII. A mistura de entretenimento com identidades reais — vivas ou mortas — gerou ainda mais tensão, principalmente pelo risco de uso indevido das imagens. “Imagine seu parente falecido te dando um cupom de supermercado. É perturbador”, alertou um internauta.

“Aguarde até seu “ente querido” compartilhar com você a famosa receita de caçarola da família, e conte sobre a promoção de feijão e lhe ofereça um cupom”, escreveu outra internauta. (Foto: Reprodução / X)

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Outros apontaram a semelhança direta com “Be Right Back”, episódio de “Black Mirror” em que uma mulher cria uma versão artificial do parceiro morto — uma narrativa pensada como advertência, e não como inspiração. “Adoraria entender qual tipo de empreendedor vê episódios de ‘Black Mirror’ como pitch de startup”, ironizou um usuário do X.

“Outra coisa sobre a qual Black Mirror já alertava lá em 2013”, escreveu mais um internauta. (Foto: Reprodução / X)

Apesar da reação negativa, Worthy não é o primeiro a flertar com a ideia de “reviver” mortos digitalmente. Kanye West presenteou Kim Kardashian, em 2020, com um holograma do pai dela, Rob Kardashian. A IA também já reproduziu vozes de celebridades como Edith Piaf e James Dean.

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Enquanto alguns veem potencial terapêutico, a maioria teme consequências psicológicas, éticas e de privacidade. “É mais um jeito de as pessoas evitarem o processo normal do luto”, resumiu outro comentário.

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