Estes 3 países também registraram onda de mortes por metanol em 2025

há 1 semana 6
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A onda de casos de intoxicação por bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, que tem assustado o Brasil nas últimas duas semanas, também preocupou outros países nos últimos meses. Episódios semelhantes foram registrados em 2025 em outras partes do mundo, com mortes confirmadas e dezenas de hospitalizações.

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Esse quadro clínico pode provocar sintomas que vão desde náusea e perda de visão até insuficiência múltipla de órgãos e morte. Por isso, tem sido considerado um problema tão sério pelas autoridades de saúde, que já interditaram bares e distribuidoras, além de apreenderem centenas de garrafas de bebida.

Vale lembrar que, segundo o G1, até a noite desta quarta-feira (1º), o estado de São Paulo havia confirmado dez casos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas e duas mortes. Outros 29 casos de internação seguem sob investigação, bem como pelo menos cinco óbitos.

De acordo com uma compilação de notícias e dados feita pela organização Médicos Sem Fronteiras, só neste ano, 16 países registraram casos de intoxicação pela substância. Veja, a seguir, os dados do levantamento e detalhes de alguns desses casos:

Incidentes recentes envolvendo metanol em 2025

MÊS REGIÃO AFETADA PAÍS CASOS MORTES
Janeiro Istambul Turquia 235 70
Janeiro Samarcanda Uzbequistão 5
Janeiro West Champarand, Bihar Índia 6
Janeiro Regência de Karawang, Java Ocidental Indonésia 3
Janeiro Cidade de Ghorabari, distrito de Thatti Paquistão 1
Janeiro Rajshahi Bangladesh 8 4
Janeiro Província de Ratanakiri Camboja 5 3
Janeiro Região de Manyara Tanzânia 5 3
Fevereiro Aldeia de Choromcholonda Modipara, upazila de Gafargaon, Mymensingh Bangladesh 4 3
Fevereiro Ancara Turquia 94 65
Fevereiro Mande, Cianjur, Java Ocidental Indonésia 12 9
Fevereiro Aldeia de Lofandi, distrito de Bilaspur, Chhattisgarh Índia 9
Fevereiro Cidade de Nadiad, distrito de Kheda, Gujarat Índia 3
Fevereiro Cidade de Bogor, Java Ocidental Indonésia 5 4
Março Distrito de Son Duong Vietnã 9
Março Bogura Bangladesh 4 3
Março Cidade de Ho Chi Minh Vietnã 8 1
Abril Aldeia de Kadakati, upazila de Ashashuni, distrito de Satkhira Bangladesh 21 3
Abril Upazila de Charghat em Rajshahi Bangladesh 2
Abril Faridpur, Divisão de Dhaka Bangladesh 2
Abril Aldeia de Kangai no condado de Kirinyaga Quênia 3 2
Abril Distrito de Alwar, Rajastão Índia 8
Maio Amritsar Índia 56 27
Maio Ludhiana Índia 4 3
Maio Iksan, Jeollabuk-do Coreia do Sul 9
Maio Área de Khaitan Kuwait 2
Junho Bhubaneswar, estado de Odisha Índia 7 2
Junho Hanói Vietnã 1
Junho Zarqa Jordânia 56 9
Junho Pachuria, Patiya Bangladesh 3
Junho Aldeia de Bampa, Dhenkanal, estado de Odisha Índia 2
Julho Cidade de Khulna Bangladesh 7
Agosto Sochi Rússia >12
Agosto Cidade do Kuwait Kuwait 183 23
Agosto Aldeia de Ramchandrapur, Bengala Ocidental Índia 2
Setembro Munshiganj Bangladesh 7 5
Setembro Polícia de Mamuju, Sulawesi Ocidental Indonésia 22 5
Setembro Barranquilla Colômbia 21 10
Setembro Leningrado Rússia 33
Setembro São Paulo Brasil 22 6
Outubro Daca Bangladesh 3

Na Rússia, um país historicamente marcado por altos índices de alcoolismo, 25 pessoas morreram em setembro na região de Leningrado após ingerirem bebidas adulteradas. O Comitê Investigativo revelou que os exames forenses encontraram níveis letais de metanol em seis corpos entregues entre os dias 10 e 17 do mês.

De acordo com a AFP, três suspeitos foram presos. Os casos remetem a episódios anteriores: em 2023, uma cidra falsificada matou 50 pessoas, e em 2016, mais de 60 vítimas morreram em Irkutsk, na Sibéria, após consumirem óleo de banho contrabandeado.

Apesar de legislações mais rígidas adotadas desde então, a bebida clandestina barata ainda circula, sobretudo em áreas rurais onde o preço da vodka é proibitivo. Especialistas apontam que a combinação entre crise econômica, hábitos culturais e falta de fiscalização em regiões periféricas mantém a Rússia como um dos países mais vulneráveis a esse tipo de tragédia.

Kuwait: 23 mortes e 160 hospitalizações

No Kuwait, autoridades confirmaram que 23 pessoas morreram e pelo menos 160 foram intoxicadas após ingerirem bebidas alcoólicas ilegais contaminadas com metanol. Como destaca o portal Al Jazeera, o episódio foi particularmente grave porque o país proíbe por lei a produção e importação de álcool, o que alimenta um mercado clandestino crescente.

De acordo com o Ministério do Interior, a polícia prendeu 67 pessoas envolvidas na produção e distribuição das bebidas, incluindo um cidadão de Bangladesh apontado como chefe da rede criminosa. Foram encontradas seis fábricas ilegais já em operação e quatro prestes a funcionar, instaladas em áreas residenciais e industriais.

Os números revelam a gravidade da intoxicação. Cerca de 51 vítimas precisaram de diálise renal de urgência e outras 31 necessitaram de ventilação mecânica. Grande parte dos hospitalizados são trabalhadores migrantes, sobretudo indianos, segundo a própria embaixada da Índia no país.

Jordânia: nove mortes e 47 hospitalizações

Por fim, na Jordânia, as autoridades rastrearam o álcool contaminado até uma fábrica licenciada em Zarqa, que estaria produzindo bebidas alcoólicas com metanol em vez de etanol. Desde o final de junho, nove pessoas morreram e 47 continuavam hospitalizadas em várias províncias, incluindo Amã e Balqa.

O caso levou o Ministério Público a apresentar acusação de homicídio culposo contra 12 pessoas e de tentativa de homicídio contra outras 13. Como destaca o jornal Jordan Times, todos os responsáveis pela operação da fábrica, incluindo o funcionário que teria encomendado o metanol a um fornecedor local, foram presos.

As autoridades jordanianas apreenderam grandes quantidades do produto no mercado e reforçaram a fiscalização em bares e pontos de venda. O Ministério da Saúde alertou a população para não consumir nenhum tipo de álcool no período, destacando que até mesmo bebidas regulares poderiam estar contaminadas.

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