Os platelmintos são conhecidos por sua capacidade de regeneração e por se reproduzirem de forma assexuada. A ciência já sabia que, quando cortados ao meio, esses vermes achatados podem se tornar dois. Agora, pesquisadores descobriram que eles também são capazes de desenvolver duas cabeças (e mantê-las sem prejuízos à saúde). Um estudo sobre a descoberta foi publicado na revista Proceedings of the Royal Society B na última quarta-feira (29).
Pesquisadores descobriram que esses vermes do gênero Stenostomum podem desenvolver duas cabeças em extremidades opostas — uma das cabeças cresce onde deveria ser a cauda. Com isso, podem inverter a orientação do corpo e sobreviver normalmente sem prejuízos na saúde.
Anteriormente, através da aplicação de corrente elétrica, pesquisadores conseguiram fazer com que platelmintos desenvolvessem duas cabeças. No entanto, a comunidade científica não sabia que esse processo poderia ser feito de forma natural. Agora, isso foi documentado pela primeira vez.
Como acocteceu a descoberta?
O estudo foi liderado por pesquisadores do Instituto de Biologia Evolutiva da Universidade de Varsóvia, na Polônia. De início, dois zoólogos que faziam a manutenção da cultura de vermes no laboratório e estranharam a ausência de cauda. A dupla adicionou marcadores químicos nas amostras para investigar a funcionalidade da segunda cabeça que surgiu. Posteriormente, cortaram o platelminto em três partes para observar a cicatrização e a sobrevivência dos pedaços.
Inversão da polaridade do eixo corporal no zoóide médio em regeneração dos vermes bicéfalos. (a) Desenho experimental. (b) Estado regenerativo e reprodutivo dos vermes durante o experimento. (c) Curso temporal morfológico da retenção da cabeça no zoóide médio. (d) Curso temporal morfológico da regressão da cabeça no zoóide médio. As pontas de seta pretas indicam a extensão mais posterior do tecido intestinal. As barras de escala indicam 100 μm. — Foto: Proceedings of the Royal Society B A cicatrização ocorreu no primeiro e terceiro segmento. No entanto, a parte central já tinha uma cabeça e na sua extremidade se regenerou em uma cauda. O que significa que o corpo do verme se reorganizou e adotou uma orientação oposta à original. Inicialmente, os cientistas suspeitaram que o erro no desenvolvimento poderia ser causado por questões genéticas.
Para descartar essa hipótese, os pesquisadores monitoraram a prole gerada pelos platelmintos de duas cabeças. Todos se mostraram normais. Comprovando que não existem mutações genéticas, a hipótese passou a ser d que o desenvolvimento anormal ocorre devido a capacidade do verme de se reorganizar e se regenerar de diferentes formas naturalmente, sem mudanças no DNA.
A pesquisa não conseguiu identificar as causas que levam o platelminto a desenvolver duas cabeças. A equipe acredita que pode ter relações com fatores ambientais ou um erro durante a formação do animal. Como as evidências foram observadas em laboratório, não se sabe se o fenômeno também ocorre na natureza. Mais pesquisas precisam ser feitas para entender a dinâmica no meio ambiente.

há 23 horas
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