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A Dell anunciou atualização do seu portfólio de servidores voltado a operadoras de telecomunicações, com foco em soluções para edge computing (computação de borda) e Cloud RAN.
O lançamento inclui um novo equipamento modular, que, segundo a empresa, seria o primeiro servidor capaz de consolidar workloads de Cloud RAN e Open RAN em uma única plataforma, substituindo múltiplos sistemas por um equipamento único.
Segundo Sandro Tavares, diretor global de marketing para telecomunicações da Dell, a iniciativa faz parte de um esforço da Dell para apoiar a modernização de redes de telecomunicações e preparar operadoras para arquiteturas abertas.
"Até então, todas as implantações de cloud e Open RAN têm esbarrado em vários casos na questão de custo e performance. Com esse servidor, isso acaba", afirmou Tavares, ao TELETIME.
O executivo ressaltou que o equipamento foi desenvolvido para operar em ambientes de campo (como torres e sites remotos), sem exigir infraestrutura tradicional de data center: "Tem suporte ao padrão NEBS 3 e é desenhado para ser implementado no campo das redes de telecomunicações. Então ele pode ser instalado dentro de um pequeno enclosure debaixo de uma torre de celular ou no topo de um prédio", exemplificou.
Futuro do Open RAN
Sobre o futuro do Open RAN, Tavares afirmou que a tecnologia segue relevante, apesar das dificuldades iniciais na adoção.
"A indústria iniciou os trabalhos disso há alguns anos. Tudo começou com uma visão de todas as interfaces da rede de rádio abertas. A partir daí, veio o trabalho de implementação e foi quando começaram a aparecer algumas dificuldades", disse Tavares.
De acordo com ele, os principais desafios observados foram fazer com que todos usassem os mesmos protocolos, bem como implementar as funcionalidades da mesma maneira. "E isso faz com que o processo seja longo", comentou.
Mas ele também observou que a indústria tem adotado uma abordagem mais pragmática nos últimos anos, implementando Cloud RAN e Open RAN de forma gradual e híbrida.
Ao comentar sobre obstáculos para implementação em mercados latino-americanos, Tavares citou performance, operacionalidade e maturidade do ecossistema, sobretudo na comparação com o modelo tradicional, onde as operadoras dependem de um único fornecedor que entrega a solução pronta, o que simplifica a operação.
Já na Open RAN, a lógica muda: há vários fornecedores e opções possíveis que podem ser combinadas entre si. Na prática, isso exige que as operadoras definam como combinar essas peças e qual estratégia seguir. "Isso depende muito do DNA de cada operador", completou.
Edge e IA
A Dell também apontou oportunidades na integração de inteligência artificial na borda de rede (a camada de edge computing). De acordo com Sandro Tavares, isso se deve ao crescimento do mercado de aplicações voltadas à otimização de redes e novos serviços digitais.
"Temos, inclusive, um programa que chamamos de Dell AI for Telecom. Nele, trabalhamos com desenvolvimento de software do mercado para ter uma espécie de menu de aplicações para os nossos clientes. O objetivo é que eles possam implementar isso infraestrutura deles, seja para utilizar IA na rede, seja nos processos de customer care, de troubleshooting [solução de problemas]. E, até mesmo, para que o provedor de telecomunicações possa ser também um provedor de soluções ou de capacidade de processamento em IA", contou Tavares.