Criadora do Ozempic anuncia pílula para obesidade que diminui peso em 16%

Em um estudo feito ao longo de 64 semanas com 307 adultos obesos ou com sobrepeso, os participantes perderam em média 16,6% do peso corporal, de acordo com comunicado. Quase um terço dos voluntários chegou a reduzir 20% ou mais do peso, com efeitos colaterais semelhantes aos da formulação injetável.

Se aprovado, o medicamento se tornará o primeiro tratamento oral baseado em GLP-1 submetido à avaliação da Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos. A decisão regulatória é esperada até o fim de 2025, e a produção já começou em fábricas da empresa no país.

O anúncio coloca a Novo Nordisk em confronto direto com sua principal concorrente, a americana Eli Lilly, que desenvolve o orforglipron, outro comprimido diário para emagrecimento. No ensaio clínico da Lilly, realizado com mais de 3 mil pessoas, a perda média de peso foi de 12,4%, com 20% dos participantes atingindo reduções de 20% ou mais.

Especialistas apontam que a praticidade dos comprimidos, mais fáceis de armazenar, transportar e administrar, pode transformar o acesso aos medicamentos para obesidade. Além disso, espera-se que os preços sejam mais baixos em comparação às versões injetáveis, que hoje têm custo elevado e disponibilidade limitada em sistemas de saúde públicos, como o NHS, no Reino Unido.

Um dos principais obstáculos para criar um comprimido eficaz está no ingrediente ativo da semaglutida, que se degrada facilmente no ambiente ácido do estômago. A Novo Nordisk superou essa barreira ao incluir um intensificador de absorção, permitindo que o fármaco chegue de forma eficiente à corrente sanguínea.

A expectativa é que a versão oral amplie o alcance dos tratamentos contra obesidade em escala global. Segundo dados recentes, cerca de 40% da população adulta nos EUA vive com obesidade, e a Organização Mundial da Saúde alerta para a tendência crescente em outros países.