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Temperaturas de lagos amazônicos estão ultrapassando 40°C sob condições de luz solar intensa e céu sem nuvens. Segundo pesquisadores de um novo estudo, publicado em 6 de novembro na revista científica Science, as massas de água, estão se tornando verdadeiras banheiras ferventes, o que vem aumentando a mortandade de espécies. Entre elas está o boto-cor-de-rosa, um dos principais símbolos do bioma amazônico.
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Águas rasas, como as do Lago Tefé – com apenas dois metros de profundidade –, no Amazonas, sofrem consequências diretas de secas e ondas de calor impulsionadas por mudanças climáticas na região da Amazônia, deixando os animais incapazes de sobreviver a superaquecimentos.
“Não conseguíamos nem colocar os dedos na água. Estava muito quente, não só na superfície, mas até o fundo. Você coloca o dedo e tira instantaneamente, é insuportável”, disse Ayan Fleischmann, pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e coautor do estudo, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.
Secas por lagos amazônicos
Durante setembro e outubro de 2023, o Lago Tefé se deparou com um cenário assustador: carcaças de botos-cor-de-rosa e de tucuxis – um espécie de boto de menor porte – flutuando ao longo das águas. A contagem final foi de mais de 200 golfinhos mortos devido às altas temperaturas.
Imagem de satélite do Lago Tefé durante a seca de 2023. O marrom escuro que representa a superfície da água, enquanto o marrom claro e bege vemos o fundo do rio exposto — Foto: Reprodução/INPE O caso mobilizou 42 pesquisadores a investigarem outros corpos d’água na Amazônia. Um dos dados alcançados pelo estudo foi que cinco dos dez lagos monitorados apresentaram “temperaturas diurnas excepcionalmente altas, acima 37 °C”. No caso do Lago Tefé, verificou-se que ele atinge cerca de 30 ºC nos meses mais quentes, mas já chegou a bater 41 °C, com uma variação diurna de temperatura de até 13 °C.
“Em condições normais, a água mais profunda geralmente é mais fria, servindo como uma espécie de refúgio para os animais escaparem de temperaturas muito altas. Na seca extrema de 2023, esse refúgio simplesmente não existia”, diz Fleischmann, em entrevista à Folha de S.Paulo.
Ameaça a espécies nativas
Segundo o artigo, é necessário o desenvolvimento de um monitoramento ambiental nos lagos amazônicos que considerem os avanços das mudanças climáticas na região — Foto: Ayan Santos Fleischmann/Science A partir da compilação de dados de 24 lagos amazônicos registrados entre os anos de 1990 e 2023, verificou-se que as águas desses locais aquecem, em média, 0,6 °C por década, podendo chegar a 0,8 °C em alguns casos.
Um dos consequentes problemas disso, além do superaquecimento das águas, é a diminuição do volume dos lagos. O Lago Tefé, por exemplo, teve uma redução de 75% de sua área de superfície, enquanto o Lago Badajós diminuiu em 90%.
Com a transformação dessas áreas em pequenas e rasas massas de água, animais que vivem nelas passam a ter mais dificuldade de se alimentar e se reproduzir, colocando em risco a sobrevivência de diferentes espécies.
“Se isso acontecer repetidamente, as populações desses animais — e das espécies ecologicamente ligadas a eles — irão diminuir drasticamente”, diz Adrian Barnett, professor de ecologia comportamental na Universidade de Greenwich, ao The Guardian.

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