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No início de agosto deste ano, quando o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrou em vigor no Brasil, a Jalles Machado (JALL3), de açúcar e etanol de cana, soltou um Fato Relevante para o mercado sinalizando quais poderiam ser os possíveis impactos da medida do governo norte americano ao modelo de negócio, especialmente na parte da produção de açúcar orgânico.
E a projeção não era nada animadora: um prejuízo de até R$ 25 milhões. E este tamanho é até fácil de se justificar, conforme explicou, durante episódio do Raiz do Negócio, sua estrada entre o campo e a Faria Lima, uma parceria entre InfoMoney e The AgriBiz, o CFO da empresa, Rodrigo Penna de Siqueira.
“Nos últimos cinco anos, a nossa marca foi a maior exportadora de açúcar orgânico do mundo por quatro vezes – líder global deste mercado. De tudo que fazemos nisso, 85% é para exportação e, desta quantidade, 70% é para o mercado americano”, falou, mostrando a relevância do mercado dos EUA para a commodity.
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‘Menos pior’
Ao longo dos últimos meses, porém, de acordo com o executivo, os efeitos têm sido reduzidos. Isso porque o próprio mercado norte americano tem pagado a mais pelo produto. O açúcar orgânico, falou, não tem como aparecer de uma hora para outra. Para começar a produzir, a marca tem que deixar o campo sem utilização de produto químico, em quarentena, por cerca de quatro anos.
“Não tem de onde tirar esse produto, a não ser que prefira ficar desabastecido”, contextualizou. No final das contas, o consumidor final americano está pagando pelo preço maior, o que deve acarretar em efeitos na inflação local.
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O mercado de açúcar no mundo
Siqueira também comentou sobre a conjuntura do açúcar no mundo, em uma situação em que, nos últimos anos, houve déficit de produção. Atualmente, o setor tem se encaminhado para um momento de recuperação, com, inclusive, projeção de superávit para a próxima safra.
Mas ele ressalta: “os estoques ainda estão baixos, principalmente se comparamos com os últimos 13 anos”, disse. O mercado internacional também tem visto recuperações na Índia e na Tailândia, mas qualquer impacto ainda precisa ser analisado com cautela.

há 3 horas
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