Casos reais mostram como redes privativas já sustentam eventos, cidades e serviços públicos

há 5 dias 2
ANUNCIE AQUI

redes privativas

As redes privativas estão em operação no Brasil em diferentes escalas — do Sambódromo do Rio de Janeiro às infovias amazônicas — viabilizando conectividade crítica em eventos, serviços públicos e ambientes urbanos. Participantes do segundo painel do evento “IoT, MVNOs e Redes Privativas”, promovido pelo Tele.Síntese nesta terça-feira, 19 de novembro, no Espaço de Eventos da KPMG, em São Paulo, demonstraram como têm recorrido, ou implantado, o modelo.

Representantes da Rede Globo, FonNet, EAF | Siga Antenado e Porto de Santos relataram aplicações já em curso que envolvem 5G stand alone, baixa latência, integração com sensores e câmeras, backbone próprio e parcerias público-privadas. A moderação foi conduzida por Bruno Cavalcanti, gerente de Regulação e Políticas Públicas da Conexis Brasil Digital.

Rede Globo detalha uso de redes privativas em grandes eventos

O coordenador de Telecom e Tecnologia da Rede Globo, Cristian Silva, contou que a emissora utiliza redes privativas desde o 4G e ampliou o uso com o 5G. Ele afirmou que, no Carnaval do Rio, a Globo montou “a primeira rede privativa nossa do 5G”, como transmissão em 4K, baixa latência e sete câmeras dedicadas.

Silva também explicou que a emissora mantém uma rede privativa fixa para coberturas jornalísticas: “Hoje, também nós temos uma rede privativa estabelecida ali na Av. Paulista, próxima ao MASP”, observou.

O executivo disse que as experiências de mídia mostram como baixa latência, previsibilidade e comunicação dedicada são essenciais para aplicações críticas e podem ser replicadas, a seu ver, por outros setores, como segurança pública.

FonNet aponta mudanças de arquitetura e convergência de infraestrutura

Fabian Erik Fink, head de Produtos Enterprise da FonNet, destacou que aplicações urbanas de IoT exigem “aquisição de dados, transmissão, processamento, armazenamento e tomada de decisão” em baixa latência. Ele explicou que mudanças de arquitetura — como IP sobre DWDM, conexões de 400 Gb/s e novos padrões IEEE — reduzem pontos de falha e aprimoram eficiência energética.

Em resposta sobre a visão multioperadora, Fink afirmou que a integração entre redes exige padronização e segurança para entregas fim a fim, principalmente em dispositivos de baixa banda e alta sensibilidade a latência.

EAF relaciona redes privativas, 5G e governança via PPP

Leandro Guerra, presidente da EAF | Siga Antenado, afirmou que o legado do leilão 5G — limpeza da faixa, espectro dedicado e implantação em stand alone — permite ativar “uma estação 5G em qualquer ponto do Brasil”.

Ele descreveu dois projetos com impactos diretos:

  • Rede privativa e segura do governo federal, com anéis de fibra em 27 capitais e gateway de interoperabilidade para plataformas de missão crítica;
  • Norte Conectado, que implanta 14 mil km de fibra subfluvial na Amazônia.

Sobre regulação e PPPs, Guerra afirmou que o modelo do GAISPI “é um caso de PPP e um caso de sucesso”, dado o compartilhamento de decisões entre MCom, Anatel, operadoras, radiodifusão e empresas de satélite. Ele informou ainda que está aberto o edital do operador neutro da Infovia 02, ligada a Manaus e à fronteira com a Colômbia.

Porto de Santos tem implantação gradual

Rogério Saran, supervisor de Transformação Digital no Porto de Santos, afirmou que o projeto em que trabalha nasce para corrigir lacunas de conectividade em uma área com 25 km de canal e múltiplos terminais. A rede começou com foco em “vídeo monitoramento, comunicação e radiocomunicação das equipes” e servirá de espinha dorsal para sensores, tráfego de caminhões, controle ferroviário e gêmeos digitais.

Ele explicou que a rede permitirá integração direta com terminais e, futuramente, com o município para segurança e mobilidade: “Como é com drenagem, energia elétrica e outros elementos que a autoridade portuária provê, a conectividade passa a ser também um bloco de construção”, observou.

Ler artigo completo