“Atriz” gerada por inteligência artificial viraliza na web, e Sindicato de Atores de Hollywood se manifesta “Atriz” gerada por inteligência artificial viraliza na web, e Sindicato de Atores de Hollywood se manifesta

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O SAG-AFTRA se manifestou após a viralização de Tilly Norwood, atriz virtual criada por IA e apresentada em Zurique. O sindicato criticou a prática, destacando riscos para artistas reais, enquanto a criadora defende a personagem como ferramenta criativa. Veja a repercussão completa.

O sindicato dos atores de Hollywood (SAG-AFTRA) se posicionou após a “atriz” Tilly Norwood viralizar nas redes sociais na última semana. Tilly, uma criação de inteligência artificial desenvolvida pelo estúdio Xicoia, ultrapassou 30 mil seguidores e ganhou destaque ao ser apresentada no Festival de Cinema de Zurique, onde sua criadora, a atriz e produtora Eline Van der Velden, revelou que já negocia com agências interessadas em representá-la.

A ideia, segundo Eline, é que a personagem alcance o patamar de grandes estrelas da indústria. “Queremos que a Tilly seja a próxima Scarlett Johansson ou Natalie Portman”, disse na ocasião.

A repercussão, no entanto, foi negativa para muitos membros da indústria. O SAG-AFTRA divulgou nota afirmando que “‘Tilly Norwood’ não é uma atriz, é um personagem gerado por um programa de computador e treinado com base no trabalho de inúmeros profissionais — sem permissão ou recompensa”.

(Foto: Reprodução/Instagram)

O sindicato acrescentou: “[Tilly] não tem experiências de vida para basear sua performance e não tem emoção. Pelo que vimos, o público não está interessado em assistir a conteúdos gerados por computador e sem vínculo com a experiência humana”. A organização destacou ainda que a prática ameaça os empregos de artistas reais. “Isso não resolve ‘problema’ algum — só cria um problema ao usar performances roubadas para retirar o trabalho de atores, pondo em risco o seu sustento e desvalorizando a arte humana”, completou.

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Atrizes como Melissa Barrera, Mara Wilson e Toni Collette também criticaram publicamente a novidade. “Espero que todos os atores abandonem o agente que fizer isso. Que nojo, se toquem”, escreveu Barrera. Wilson questionou: “E as centenas de jovens vivas cujos rostos foram usados para fazê-la? Vocês não poderiam contratá-la?”.

(Foto: Reprodução/X)
(Foto: Reprodução/Instagram)

Já Toni Collette reagiu apenas com uma sequência de emojis gritando. Whoopi Goldberg, em seu programa de TV, classificou a iniciativa como uma “vantagem injusta”, ressaltando que criações artificiais são montadas a partir da soma de características de artistas reais.

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Diante da onda de críticas, Eline saiu em defesa do projeto. Para ela, Tilly não deve ser vista como uma ameaça, mas como uma ferramenta criativa. “Não vejo a inteligência artificial como substituição de pessoas, mas como uma ferramenta criativa. Tilly é, antes de tudo, uma obra de arte”, declarou. Ela ainda reforçou a comparação com outras linguagens do audiovisual: “Assim como animação, marionetes ou computação gráfica abriram novas possibilidades sem prejudicar atores, a IA oferece um novo jeito de imaginar e construir histórias”.

O debate reacende preocupações antigas em Hollywood. A regulamentação do uso da inteligência artificial foi um dos pontos centrais das greves do SAG-AFTRA em 2023, quando a categoria exigiu salvaguardas contra a apropriação indevida da imagem e da voz de atores.

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