Alares tem prejuízo, mas busca rentabilidade e avalia aquisições

há 1 semana 13
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Danilo Donati Perez, da Alares. Foto Divulgação

A Alares registrou prejuízo líquido de R$ 32,5 milhões no terceiro trimestre, de acordo com balanço financeiro divulgado na noite desta quarta-feira, 12.

O rombo é 54,3% maior do que o apurado no mesmo período do ano passado, em função da elevação das despesas financeiras e dos gastos com depreciação e amortização, ambos ainda relacionados à aquisição do provedor Azza.

Confira, a seguir, os principais números da Alares no terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado.

  • Prejuízo líquido: R$ 32,5 milhões (+54,3%);
  • Ebitda: R$ 111 milhões (+33,8%);
  • Margem Ebitda: 46,7% (+0,6 p.p.);
  • Receita líquida: R$ 237,8 milhões (+32,1%);
  • Capex: R$ 70,4 milhões (+26,4%);
  • Dívida líquida: R$ 1,23 bilhão (+29,5%);
  • Alavancagem: 3,1x.

Destaques

A receita líquida da Alares cresceu 32,1% no terceiro trimestre, para R$ 237,8 milhões, e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) avançou 33,8%, alcançando R$ 111 milhões, na comparação com o mesmo período do ano anterior. A margem Ebitda teve alta de 0,6 ponto percentual, para 46,7%.

"A margem Ebitda é recorde para os últimos trimestres. Ficamos muito felizes com essa evolução. Olhando para trás, desde que começamos a fazer as transformações na empresa, em 2022, a margem estava em torno de 34%, 35%. Vemos uma consistência muito grande na entrega de resultados", afirmou Danilo Perez, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Alares, em entrevista ao TELETIME.

Segundo o executivo, a empresa ainda colhe as sinergias da incorporação da Azza, provedor adquirido em outubro de 2024 e dono de uma carteira de certa de 150 mil acessos. Com isso, a base de banda larga da Alares chegou a 800 mil assinantes, alta anual de 24,9%.

A expansão da base, aliada a uma alta de 24% nas vendas de serviços de valor adicionado (SVAs), incluindo contribuição da recém-lançada plataforma própria de TV e streaming Alares Play, ajudaram na ampliação da receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês).

Inclusive, entre janeiro e setembro, houve a adição orgânica de cerca de 8 mil acessos. A empresa tem priorizado qualidade, em vez de quantidade, no que diz respeito à expansão de base.

"Não queremos um crescimento a qualquer custo, queremos crescer com qualidade", frisou Perez. "O que temos visto é que, dado que houve um aumento da inadimplência [na economia], temos buscado garantir a qualidade das vendas, de modo que não impacte o churn", acrescentou, referindo-se à taxa de evasão de clientes, cujo índice não é aberto.

B2B e M&A

Atualmente, o segmento corporativo (B2B) representa menos de 10% das receitas da Alares, tendo em vista, segundo Perez, que a empresa sempre teve como prioridade o atendimento a clientes residenciais (B2C). Contudo, o diretor afirma que o provedor tem feito ajustes para evoluir na vertical empresarial.

"Não foi prioridade no passado, mas passa a ser uma avenida de crescimento. Estamos trabalhando para acelerar", disse. "Hoje, parte da estrutura da companhia já está separada [para atendimento B2B], mas não temos uma unidade de negócios específica", acrescentou.

No que diz respeito a fusões e aquisições (M&A), o executivo sinalizou que a Alares vem estudando possíveis consolidações, mas "é difícil falar quando algo vai se concretizar". No momento, há conversas em diversos níveis, desde contatos a avaliações em andamento.

Sobre os ativos da Oi, cuja falência foi decretada pela Justiça nesta semana, o diretor disse que "não há nada de concreto" sobre uma possível investida da Alares, acrescentando que, pelo fato de a tele ter uma atuação mais disseminada pelo País, isso poderia ser um fator limitador para os critérios de M&A do provedor.

Capex e dívida

A Alares fechou o terceiro trimestre com uma dívida líquida de R$ 1,23 bilhão, alta de 29,5%. No entanto, a alavancagem (dívida líquida/Ebitda ajustado LTM) caiu para 3,1x, ante 3,52 no mesmo período do ano passado.

O capex somou R$ 70,4 milhões (+26,4%), em função de renovação de frota de veículos e ativação de clientes, de acordo com Perez.

"A empresa passa por uma construção de expansão de receita e margem. Todos os trimestres [deste ano] tivemos a margem evoluindo e desalavancagem. A expectativa é continuar por esse caminho", destacou o executivo.

"[O retorno do lucro em 2026] é uma possibilidade, mas o principal ponto é garantir que a empresa tenha expansão de rentabilidade. Com o capex sob controle, o lucro vai vir inevitavelmente", pontuou.

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