Viasat projeta constelação focada em IoT e D2D

há 2 dias 2
ANUNCIE AQUI

A Viasat planeja lançar uma constelação de satélites dedicada a aplicações de Internet das Coisas (IoT), com foco no modelo Direct-to-Device (D2D), disse Leandro Gaunszer, CEO da Viasat Brasil, durante entrevista na Futurecom na última semana.

Segundo o executivo, a nova constelação terá mais de mil satélites e será voltada exclusivamente a aplicações que dispensam a infraestrutura terrestre, como conectividade em áreas remotas, equipamentos agrícolas, sensores logísticos e, futuramente, drones e veículos conectados. A arquitetura será compatível com redes móveis no padrão 3GPP e evoluirá para o modelo NR-IoT.

“Estamos falando de uma quantidade provavelmente acima de mil satélites, mas é uma constelação focada no Direct-to-Device. Ela não tem o objetivo de ser uma constelação de conectividade de banda larga”, afirmou Gaunszer.

A empresa já opera no Brasil uma solução D2D via satélite geoestacionário que permite chamadas de voz diretamente entre celulares. O serviço, baseado no Release 17 do 3GPP, já foi demonstrado no país e não depende de redes móveis terrestres.

“O nosso serviço já permite você fazer uma chamada de voz diretamente do celular, passando pelo satélite, diretamente para um outro celular, sem passar pela rede terrestre, sem passar pela rede de uma operadora.”
Gaunszer reconhece que há latência na operação com satélites geoestacionários — entre dois e três segundos —, mas reforça que, em cenários de emergência ou ausência total de cobertura, a solução é viável e funcional.

A estratégia da Viasat combina a nova constelação em baixa órbita com sua atual frota de 23 satélites geoestacionários, além de parcerias com outras operadoras. A companhia também confirmou o lançamento, previsto ainda para outubro, do Viasat-3 Fly 2, satélite geoestacionário com capacidade de 1 Tbps, destinado à cobertura das Américas.

“Esse satélite foi redirecionado porque o Fly 1 teve uma anomalia. Temos ainda o Fly 3 para Ásia e Pacífico, além de outros satélites em construção.”

Fistel pode inviabilizar serviços

O executivo também alertou para os riscos da não renovação da desoneração do Fistel sobre terminais de IoT a partir de 1º de janeiro de 2026. Segundo ele, o aumento da carga tributária pode reduzir drasticamente a base de usuários e, inclusive, diminuir a arrecadação federal.

“Em alguns casos, o valor do próprio serviço é menor do que a própria fiscalização. O aumento de imposto vai fazer com que no final a arrecadação diminua, e não aumente.”

A Viasat mantém diálogo com o Congresso Nacional, a Anatel e o Ministério das Comunicações para tentar garantir a prorrogação do incentivo para o mercado IoT e satelital. A empresa também atua junto à Telebras, sendo responsável pela conexão de mais de 15 mil escolas públicas no país com uso do SGDC.

Ler artigo completo