Vem aí a unidade de espionagem da UE? Von der Leyen quer o seu próprio serviço secreto

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De&nbspEuronews

Publicado a 11/11/2025 - 19:28 GMT+1

Segundo o Financial Times britânico, a Presidente da Comissão tenciona criar o seu próprio serviço de informações, que reunirá dados dos serviços nacionais de informação dos Estados-Membros.

Oficialmente, o objetivo é fazer uma "melhor utilização operacional" dos dados existentes. Nos bastidores, porém, os diplomatas da UE vêem sobretudo um novo aumento de poder para a Comissão e a sua Presidente Ursula von der Leyen.

Embora a célula de informações, que a Comissão descreve como estando ainda numa fase inicial, trabalhe em estreita colaboração com o Serviço Europeu para a Ação Externa, poderá também significar uma menor influência para a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, enquanto von der Leyen expande a sua influência.

A Presidente da Comissão Europeia pretende alargar a sua influência

A mudança surge numa altura delicada para a União Europeia. A guerra na Ucrânia e as ameaças de Donald Trump de restringir as garantias de segurança americanas e a troca de informações sensíveis com a Europa provocaram um repensar em alguns sectores de Bruxelas. "A Europa quer tornar-se mais independente - também na área dos serviços secretos", explicou um funcionário da UE familiarizado com os planos de von der Leyen, de acordo com o Financial Times.

De acordo com a porta-voz da Comissão Europeia, Paula Pinho, na terça-feira, a nova unidade irá "complementar os serviços do Serviço Europeu para a Ação Externa e desempenhar um papel fundamental na preparação do chamado Colégio de Segurança".

O Colégio é a reunião dos 26 Comissários e do Presidente da Comissão Europeia. Reuniu-se pela primeira vez em março deste ano, quando a Comissão alargou a sua área de responsabilidade no domínio da segurança.

Críticas dos diplomatas da UE

Os diplomatas de alto nível da UE já estão a criticar as estruturas duplas e as lutas de poder que surgem em Bruxelas. Temem pela sua influência — e, em alguns casos, pelas suas carreiras — caso os planos de von der Leyen prevaleçam. Embora o plano ainda não tenha sido oficialmente apresentado aos 27 Estados-membros, prevê o envio de pessoal dos serviços de informações nacionais para a nova autoridade.

Duas pessoas familiarizadas com o processo disseram ao Financial Times que esperam que as capitais da UE se mostrem céticas em relação aos planos da Comissão de conferir a Bruxelas novos poderes em matéria de serviços secretos e que provavelmente irão opor resistência.

Ao mesmo tempo, salientaram que há muito que existem dúvidas sobre a eficácia das actuais estruturas de segurança europeias - particularmente no que diz respeito à resposta da Europa à chamada guerra híbrida da Rússia até à data.

Embora o projeto ainda esteja na fase de conceção, o objetivo parece claro: Von der Leyen quer reorganizar de forma fundamental o aparelho de segurança europeu. Após a criação de uma "academia de segurança" separada para os comissários e de um armamento à escala da UE, um serviço de informações independente poderia ser o passo seguinte - rumo a uma união europeia de segurança com um novo equilíbrio de poderes.

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