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O União Brasil vai reunir a Executiva Nacional nesta quarta-feira e deve aplicar punições ao ministro do Turismo, Celso Sabino, deputado licenciado pelo partido no Pará. Integrantes da cúpula da legenda dizem que há acordo para que seja aprovada uma medida cautelar que suspenda imediatamente o diretório da sigla no Pará, que atualmente é comandado por Sabino. A expulsão do ministro da sigla também é avaliada, mas não acontecerá de forma automática e passará por trâmites burocráticos dentro do partido.
Em setembro, o União Brasil deu ultimato e antecipou um movimento de desembarque da Esplanada dos Ministérios. Sabino chegou a anunciar que comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que pediu demissão, mas segue no cargo e tem adiado sucessivamente a saída do governo.
Diante disso, integrantes do União passaram a trabalhar com o cenário de que o comando do Ministério do Turismo não será trocado e deram seguimento para o processo de punição ao ministro dentro do partido.
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O relator do parecer que deve trazer as punições a Sabino é o deputado Fábio Schiochet (União-SC).
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, integrante da Executiva Nacional da legenda, anunciou que a expulsão de Sabino da legenda será decidida na reunião de amanhã. A tendência é que haja um indicativo para que o ministro seja expulso, mas o processo que vai levar ele até sair oficialmente da sigla ainda precisará passar por outros trâmites, como um prazo para que o próprio ministro se manifeste sobre o caso.
“Após tratativas com o Presidente (do União Brasil) Antonio de Rueda, comunico que está decidida a realização, na próxima quarta-feira, dia 08/10, de Reunião da Executiva Nacional do União Brasil para decidir a expulsão do Deputado Celso Sabino por reiterada infidelidade partidária”, disse Caiado.
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Para se manter no cargo, Sabino chegou a articular uma lista de assinaturas que mostram o apoio da maioria dos deputados da legenda à sua permanência no ministério. Apesar da pressão da legenda, o ministério é considerado importante para parte dos parlamentares que desejam direcionar emendas para suas bases.
Uma normativa do União Brasil publicada na semana passada prevê sanção aos quadros que não pedirem exoneração de seus cargos: haverá abertura de processos disciplinares.
A decisão de deixar o governo acontece pouco depois da veiculação de notícias que associam Rueda ao crime organizado de São Paulo. De acordo com reportagens publicadas pelo UOL e pelo ICL, aeronaves de Rueda teriam sido usadas pelo PCC. O partido vê influência do governo em vazamentos de operações da Polícia Federal (PF) que miram Rueda.
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Aos veículos, Rueda negou ser dono de aviões e repudiou “com veemência qualquer tentativa de vincular seu nome a pessoas investigadas ou envolvidas com a prática de algum ilícito”.
Em nota, o União manifestou “solidariedade” ao presidente da legenda. Em outro episódio que evidenciou a relação ruim, em reunião ministerial feita em agosto, Lula chegou a falar que não gostava pessoalmente de Rueda.