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Publicado a 25/10/2025 - 17:41 GMT+2
O Teatro Olympia de Valência acolheu este sábado a homenagem cidadã promovida pela "Associació Víctimes de la Dana 29 d'Octubre de 2024", com o apoio de duas outras associações de pessoas afectadas. Durante duas horas, os familiares dos falecidos partilharam testemunhos em palco, relatando a angústia vivida durante a busca dos seus entes queridos e a "dor imensa" que sofreram durante estes meses.
O evento incluiu os nomes de cada um dos 229 falecidos e imagens dos dias que se seguiram à tragédia. Entre os testemunhos mais comoventes, contam-se as histórias do companheiro de uma polícia local que morreu em La Torre, da família de Miguel Carpio e da sua filha Sara, que morreram numa garagem em Benetússer, e de Rafael Sanchis, que perdeu dois irmãos em Aldaia. Os familiares asseguraram que os seus entes queridos "nunca terão partido completamente" e que a sua ausência deixou uma ferida irreversível.
A homenagem contou com a participação de artistas como Pau Alabajos, Miquel Gil, Eva Romero e a Nova Muixeranga d'Algemesí, bem como com vídeos de personalidades como o escritor Ferran Torrent e jornalistas de renome.
Reconhecimento e reivindicação
As associações de vítimas aproveitaram o evento para agradecer o trabalho das forças de segurança do Estado e dos milhares de voluntários que participaram "incessantemente" na reconstrução. O evento terminou com todo o teatro de pé e aplausos prolongados dirigidos a um palco ocupado por botas, baldes e vassouras manchadas de lama, enquanto era desfraldada uma faixa com a mensagem: "E agora levantemos todos a nossa voz, por aqueles que já não a podem levantar".
No entanto, a homenagem também deu lugar a reivindicações políticas. Mariló Gradolí, presidente da Associació de Víctimes de la Dana, salientou que "agora é o momento da homenagem e do reconhecimento, esta tarde será o momento da reivindicação". O público entoou "Mazón demite-se", em referência à manifestação prevista para esta tarde, que exigirá a saída do presidente da Generalitat pela sua gestão da catástrofe.
Rosa Álvarez, presidente da Asociación Víctimas Mortales de la Dana, foi contundente: "É a primeira vez que 229 pessoas morrem por causa daqueles que eram justamente responsáveis pela proteção das suas vidas". Toñi García, que perdeu o marido e a filha, qualificou de "cínico" o facto de o presidente permanecer no seu cargo após a tragédia.
Esta homenagem dos cidadãos precede o funeral de Estado que terá lugar na próxima quarta-feira na Cidade das Artes e das Ciências, no primeiro aniversário do primeiro aniversário do DANA que devastou a região de Valência.









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