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A União Europeia planeja lançar projetos conjuntos de drones e defesa aérea nos próximos meses como parte de um ambicioso plano de cinco anos para rearmar o continente e conter a Rússia, segundo documento obtido pela Bloomberg News.
Até o final de 2027, o plano prevê que a UE realize 40% de suas compras de defesa de forma conjunta, mais que o dobro da taxa atual.
“Estados autoritários estão cada vez mais interferindo em nossas sociedades e economias”, diz o documento. “Aliados e parceiros tradicionais estão mudando seu foco para outras regiões do mundo.”
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O texto acrescenta: “A Rússia militarizada representa uma ameaça persistente à segurança europeia no futuro previsível.”
A proposta, elaborada pela Comissão Europeia, braço executivo da UE, prevê uma reformulação completa do planejamento e das aquisições militares do bloco.
Os países da UE devem coordenar seus gastos em defesa e criar rapidamente coalizões para implementar novos programas conjuntos. Esses esforços devem começar dentro de um ano para que o continente esteja pronto para combate em 2030.
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O plano, ainda sujeito a alterações, será apresentado na quinta-feira, antes de ser discutido na próxima semana em cúpula em Bruxelas.
“Vamos propor objetivos claros e marcos para fechar lacunas de capacidade e acelerar investimentos em defesa entre os Estados-membros”, disse o porta-voz da Comissão, Thomas Regnier.
O documento observa que, embora o orçamento coletivo de defesa da UE tenha quase dobrado desde 2021 — de € 218 bilhões para uma projeção de € 392 bilhões em 2025 —, os gastos ainda são pouco coordenados entre os países, limitando a capacidade de rearmamento rápido da Europa.
O plano identifica áreas onde esforços conjuntos podem ajudar, incluindo sistemas de defesa aérea e antimísseis, drones e contradrones. Espera-se que coalizões estejam formadas até o início de 2026 para liderar esses projetos, que devem ser lançados até meados de 2026.
A meta de 40% de compras conjuntas ajudará nessas iniciativas. Atualmente, a compra conjunta está abaixo de 20%, apesar do compromisso da UE em 2007 de alcançar 35%.
Para cumprir o prazo final de 2030, o plano enfatiza que todos os projetos, contratos e financiamentos devem estar em vigor até o final de 2028.
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Para financiar o rearmamento, a UE já aprovou um fundo de €150 bilhões, que está sendo alocado para diversos projetos. A proposta da Comissão quer que esses esforços sejam concluídos até o fim de 2030.
Além disso, a UE pretende estabelecer novos projetos emblemáticos envolvendo drones, defesas aéreas e um escudo espacial. Entre eles estão iniciativas como “Defesa Europeia de Drones”, que se basearia nas experiências da Ucrânia, e “Vigilância da Flanco Oriental”. Esses projetos devem ser lançados em 2026.
A iniciativa de drones é uma reformulação do conceito de “muralha de drones” que a Comissão apresentou após várias incursões aéreas da OTAN ligadas à Rússia.
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A ideia teve recepção dividida quando discutida entre líderes da UE, com países do sul exigindo que os drones não se concentrem apenas na fronteira leste. O plano atual amplia o conceito para todo o continente, com a meta de ter um sistema de drones totalmente funcional até 2027.
O documento também quer que o sistema de defesa aérea e antimísseis esteja operacional em 2026.
Além disso, sugere a criação de um fundo de até € 1 bilhão com o Banco Europeu de Investimento até 2026 para apoiar projetos de defesa.
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Tradicionalmente, a UE tem papel menor em defesa, com países e a OTAN liderando. Essa estrutura contribuiu para fragmentar a indústria de defesa europeia.
Com os novos projetos, esse equilíbrio de poder está sendo questionado. Apesar da proposta de planejamento centralizado e compras conjuntas, grandes países como a Alemanha ressaltam que as decisões finais devem ficar a cargo dos governos nacionais.
© 2025 Bloomberg L.P.