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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu "fazer tudo o que pudermos para que a Síria seja bem sucedida", após uma reunião inédita na Casa Branca com o presidente sírio, Ahmad al-Sharaa, na segunda-feira.
A reunião na Sala Oval foi fechada à imprensa e al-Sharaa entrou no edifício através da West Executive Avenue, adjacente à Casa Branca, em vez de entrar pela entrada da Ala Oeste, normalmente utilizada para a chegada de líderes estrangeiros.
O presidente deixou a Casa Branca cerca de duas horas mais tarde e saudou uma multidão de apoiantes reunidos no exterior antes de partir na sua caravana.
Após a reunião, Trump disse sobre al-Sharaa que tem "confiança de que ele será capaz de fazer o trabalho", acrescentando mais tarde, numa publicação nas redes sociais, que planeia encontrar-se e falar novamente com o líder sírio.
A Síria confirmou formalmente que iria aderir à coligação global contra o grupo Estado Islâmico durante a visita de al-Sharaa, tornando-se o seu 90.º membro, de acordo com um alto funcionário da administração dos EUA.
Os EUA também permitirão que a Síria retome as operações na sua embaixada em Washington para que os dois países possam coordenar melhor as questões de contraterrorismo, segurança e economia, disse a mesma fonte.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Síria, em comunicado, descreveu a reunião como "amigável e construtiva" e disse que Trump "afirmou a disponibilidade dos Estados Unidos para fornecer o apoio que a liderança síria precisa para garantir o sucesso do processo de reconstrução e desenvolvimento".
Al-Sharaa, numa entrevista à Fox News, disse que ele e Trump falaram sobre oportunidades de investimento na Síria no futuro, "para que a Síria deixe de ser vista como uma ameaça à segurança. Agora é vista como um aliado geopolítico. E é um lugar onde os Estados Unidos podem ter grandes investimentos, especialmente na extração de gás".
Al-Sharaa quer a revogação permanente das sanções
A visita de Al-Sharaa foi a primeira de um chefe de Estado sírio à Casa Branca desde que o país do Médio Oriente se tornou independente de França em 1946.
A visita surge depois de os EUA terem levantado as sanções impostas à Síria durante as décadas em que o país foi governado pela família Assad.
Al-Sharaa liderou as forças rebeldes que derrubaram o presidente sírio Bashar Assad em dezembro último e foi nomeado líder interino do país em janeiro. Em tempos, esteve ligado à Al-Qaeda e tinha a cabeça a prémio por 10 milhões de dólares americanos.
Antes da chegada de al-Sharaa aos EUA, o Conselho de Segurança das Nações Unidas votou o levantamento das sanções impostas ao presidente sírio e a outros funcionários do governo, numa ação que o embaixador dos EUA na ONU, Mike Waltz, considerou ser um forte sinal de que a Síria está numa nova era desde a queda de Assad.
Al-Sharaa chegou à reunião com as suas próprias prioridades: quer uma revogação permanente das sanções que puniram a Síria por alegações generalizadas de abusos dos direitos humanos por parte do governo e das forças de segurança de Assad. Embora as sanções da Lei César estejam atualmente suspensas por Trump, uma revogação permanente exigiria a intervenção do Congresso.
Uma das opções é uma proposta da senadora Jeanne Shaheen, de New Hampshire, a principal democrata da Comissão de Negócios Estrangeiros do Senado, que acabaria com as sanções sem quaisquer condições. A outra foi redigida pelo senador Lindsey Graham, um aliado de Trump que quer estabelecer condições para uma revogação de sanções que seria revista a cada seis meses.
Mas os defensores argumentam que qualquer revogação com condições impediria as empresas de investir na Síria porque temeriam ser potencialmente sancionadas. Mouaz Moustafa, diretor-executivo da Syrian Emergency Task Force, comparou-a a uma "sombra suspensa que paralisa quaisquer iniciativas para o nosso país".
O Departamento do Tesouro informou na segunda-feira que a derrogação da Lei César foi prorrogada por mais 180 dias.









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