Trump divulga plano para encerrar guerra entre Israel e Hamas em Gaza

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A Casa Branca divulgou nesta segunda-feira (29) um plano de 20 pontos elaborado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o objetivo de pôr fim ao conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza. Leia abaixo o plano completo.

Ao apresentar o plano, Trump afirmou que o Hamas deve concordar com os 20 pontos que propôs – caso contrário, Israel terá seu “total apoio” para eliminá-lo.

O plano propõe transformar a região em uma zona “desradicalizada”, com governança temporária de um comitê palestino supervisionado por um órgão internacional liderado por Trump. O acordo prevê a suspensão imediata dos conflitos, a libertação dos reféns em até 72 horas após a aceitação do acordo, e a troca de prisioneiros entre Israel e Gaza.

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Além disso, o plano inclui a destruição da infraestrutura militar do Hamas, a desmilitarização da região sob supervisão internacional, e o estabelecimento de uma zona econômica especial para promover o desenvolvimento e a reconstrução de Gaza, com apoio financeiro e técnico internacional.

O plano também prevê a criação de uma Força Internacional de Estabilização para garantir a segurança interna e a proteção das fronteiras, trabalhando em conjunto com Israel, Egito e as forças policiais palestinas treinadas. Israel se compromete a não ocupar ou anexar Gaza, retirando suas tropas conforme o progresso da desmilitarização.

O anúncio foi feito minutos antes do início de uma coletiva de imprensa na Casa Branca, onde Trump apresentou a proposta, que ainda não foi aceita pelo Hamas.

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Trump estava acompanhado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante a apresentação do plano.

O presidente afirmou que Israel e outras nações já aceitaram o esboço da proposta, que prevê medidas para restaurar a paz na região e garantir a libertação dos reféns.

“Se for aceito pelo Hamas, este plano prevê a libertação imediata de todos os reféns restantes, em no máximo 72 horas”, disse Trump.

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Ele expressou otimismo quanto à possibilidade de um acordo, mas ressaltou que a decisão final cabe ao grupo palestino.

“Espero que tenhamos um acordo de paz, e se o Hamas rejeitar, o que sempre é possível, eles serão os únicos a não aceitar”, afirmou o presidente americano.

“Todos os outros já aceitaram. Mas tenho a sensação de que teremos uma resposta positiva. Caso contrário, Bibi, você terá nosso total apoio para fazer o que for necessário”, disse Trump.

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Leia na íntegra o plano de 20 pontos de Trump:

  1. Gaza será uma zona desradicalizada e livre de terrorismo, que não representará ameaça para seus vizinhos.
  2. Gaza será reconstruída para beneficiar o povo de Gaza, que já sofreu o suficiente.
  3. Se ambas as partes concordarem com esta proposta, a guerra terminará imediatamente. As forças israelenses se retirarão para a linha acordada para preparar a libertação dos reféns. Durante esse período, todas as operações militares, incluindo bombardeios aéreos e de artilharia, serão suspensas, e as linhas de batalha permanecerão congeladas até que as condições para a retirada completa e gradual sejam cumpridas.
  4. Dentro de 72 horas após Israel aceitar publicamente este acordo, todos os reféns, vivos e mortos, serão devolvidos.
  5. Após a libertação de todos os reféns, Israel libertará 250 presos condenados à prisão perpétua, além de 1.700 gazenses detidos após 7 de outubro de 2023, incluindo todas as mulheres e crianças detidas nesse contexto. Para cada refém israelense cujos restos mortais forem devolvidos, Israel liberará os restos mortais de 15 gazenses falecidos.
  6. Após a devolução de todos os reféns, membros do Hamas que se comprometerem com a convivência pacífica e a desativação de suas armas receberão anistia. Membros do Hamas que desejarem deixar Gaza terão passagem segura para países receptores.
  7. Com a aceitação deste acordo, toda a ajuda será imediatamente enviada à Faixa de Gaza. No mínimo, as quantidades de ajuda serão consistentes com o que foi incluído no acordo de 19 de janeiro de 2025 sobre ajuda humanitária, incluindo a reabilitação da infraestrutura (água, eletricidade, esgoto), reabilitação de hospitais e padarias, e entrada de equipamentos necessários para remoção de escombros e abertura de estradas.
  8. A entrada e distribuição da ajuda na Faixa de Gaza ocorrerão sem interferência das duas partes, por meio das Nações Unidas e suas agências, do Crescente Vermelho, além de outras instituições internacionais não associadas a nenhuma das partes. A abertura do cruzamento de Rafah em ambas as direções estará sujeita ao mesmo mecanismo implementado no acordo de 19 de janeiro de 2025.
  9. Gaza será governada por um comitê palestino tecnocrático e apolítico de transição temporária, responsável pela administração diária dos serviços públicos e municípios para o povo de Gaza. Este comitê será composto por palestinos qualificados e especialistas internacionais, com supervisão de um novo órgão internacional de transição, o “Conselho da Paz”, que será presidido pelo presidente Donald J. Trump, com outros membros e chefes de Estado a serem anunciados, incluindo o ex-primeiro-ministro Tony Blair. Este órgão estabelecerá o marco e gerenciará o financiamento para a reconstrução de Gaza até que a Autoridade Palestina conclua seu programa de reformas, conforme proposto em diversas iniciativas, incluindo o plano de paz do presidente Trump em 2020 e a proposta saudita-francesa, e possa reassumir o controle de Gaza de forma segura e eficaz. Este órgão adotará os melhores padrões internacionais para criar uma governança moderna e eficiente que sirva ao povo de Gaza e atraia investimentos.
  10. Um plano econômico de desenvolvimento para reconstruir e dinamizar Gaza será criado por meio da convocação de um painel de especialistas que ajudaram a criar algumas das cidades modernas e prósperas do Oriente Médio. Muitas propostas de investimento e ideias de desenvolvimento elaboradas por grupos internacionais serão consideradas para sintetizar os marcos de segurança e governança que atrairão e facilitarão esses investimentos, criando empregos, oportunidades e esperança para o futuro de Gaza.
  11. Será estabelecida uma zona econômica especial com tarifas preferenciais e condições de acesso a serem negociadas com os países participantes.
  12. Ninguém será obrigado a deixar Gaza, e aqueles que desejarem sair poderão fazê-lo livremente, assim como retornarão quando quiserem. Incentivaremos as pessoas a permanecerem e ofereceremos a oportunidade de construir uma Gaza melhor.
  13. Hamas e outras facções concordam em não ter qualquer papel na governança de Gaza, direta ou indiretamente, ou de qualquer forma. Toda infraestrutura militar, terrorista e ofensiva, incluindo túneis e instalações de produção de armas, será destruída e não reconstruída. Haverá um processo de desmilitarização de Gaza sob supervisão de monitores independentes, que incluirá a desativação permanente das armas por meio de um processo acordado, apoiado por um programa internacional financiado de recompra e reintegração, todos verificados pelos monitores independentes. A nova Gaza estará totalmente comprometida com a construção de uma economia próspera e a convivência pacífica com seus vizinhos.
  14. Parceiros regionais garantirão que o Hamas e as facções cumpram suas obrigações e que a nova Gaza não represente ameaça para seus vizinhos ou para seu povo.
  15. Os Estados Unidos trabalharão com parceiros árabes e internacionais para desenvolver uma Força Internacional de Estabilização (ISF) temporária para ser imediatamente implantada em Gaza. A ISF treinará e apoiará as forças policiais palestinas selecionadas em Gaza, consultando a Jordânia e o Egito, que possuem ampla experiência na área. Esta força será a solução de segurança interna a longo prazo. A ISF trabalhará com Israel e Egito para ajudar a garantir as áreas fronteiriças, juntamente com as forças policiais palestinas recém-treinadas. É fundamental impedir a entrada de munições em Gaza e facilitar o fluxo rápido e seguro de bens para reconstruir e revitalizar Gaza. Um mecanismo de desconflictuação será acordado pelas partes.
  16. Israel não ocupará nem anexará Gaza. À medida que a ISF estabelecer controle e estabilidade, as Forças de Defesa de Israel (IDF) se retirarão com base em padrões, marcos e prazos vinculados à desmilitarização, que serão acordados entre as IDF, ISF, os garantidores e os Estados Unidos, com o objetivo de uma Gaza segura que não represente mais ameaça para Israel, Egito ou seus cidadãos. Na prática, as IDF entregarão progressivamente o território de Gaza que ocupam para a ISF, conforme acordo com a autoridade de transição, até a retirada completa, exceto por uma presença de perímetro de segurança que permanecerá até que Gaza esteja devidamente segura contra qualquer ameaça terrorista ressurgente.
  17. Caso o Hamas atrase ou rejeite esta proposta, as ações acima, incluindo a operação ampliada de ajuda, prosseguirão nas áreas livres de terrorismo entregues das IDF para a ISF.
  18. Será estabelecido um processo de diálogo inter-religioso baseado nos valores de tolerância e convivência pacífica para tentar mudar mentalidades e narrativas de palestinos e israelenses, enfatizando os benefícios da paz.
  19. À medida que a reconstrução de Gaza avança e o programa de reformas da Autoridade Palestina é fielmente executado, as condições poderão finalmente estar em lugar para um caminho credível para a autodeterminação e o reconhecimento do Estado palestino, que reconhecemos como aspiração do povo palestino.
  20. Os Estados Unidos estabelecerão um diálogo entre Israel e os palestinos para acordar um horizonte político para a coexistência pacífica e próspera.

(Matéria em atualização)

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