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André Esmeriz
3 de out, 2025, 03:00
O futebol tem suas reviravoltas. Um dia você está fazendo gol em um dos maiores goleiros do mundo, em outro você está treinando um time da Série B do Brasileirão. Isso aconteceu com Vinicius Bergantin.
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Anunciado na semana passada como substituto de Jair Ventura no Avaí, Vinícius Bergantin conversou com o ESPN.com.br e lembrou de quando surpreendeu ninguém mais ninguém menos do que Oliver Kahn.
Antes de virar treinador, Vinicius Bergantin começou no futebol como zagueiro. Revelado no Ituano, passou por São Caetano e Gama antes de ser contratado em 2003 pelo Hannover, que havia acabado de retornar para a Bundesliga depois de 13 anos.
E o cartão de visitas não poderia ser melhor. Na sua décima partida, Vinícius Bergantin surpreendeu Oliver Kahn, que o subestimou ao não pedir barreira, para fazer o segundo gol do Hannover diante do poderoso Bayern de Munique - o duelo acabou empatado por 2 a 2.
"Foi um momento especial da minha carreira. Tinha saído do Brasil, foi apenas o meu décimo jogo na Alemanha. A gente lembra a expectativa da cidade toda, porque o Hannover estava há muito tempo fora da elite, sem enfrentar o Bayern. O Bayern tinha muitas estrelas, muitos jogadores da seleção alemã que tinham enfrentado o Brasil na final da Copa do Mundo, o Zé Roberto, o Elber", lembrou Bergantin.
"E tinha o Oliver Kahn. A gente se prepara, treina as cobranças de falta, mas jamais imaginava fazer um gol contra o Kahn. Nosso time tinha outros batedores, mas quando eu vi que ele não tinha pedido barreira falei 'tenho que arriscar, eu confio no meu chute, confio no que estou treinando'. Eu já tinha feito outros gols assim, meus companheiros deram apoio. Foi um momento especial para mim", afirmou.
O gol rendeu elogios até de jogadores adversários e "traumatizou" Oliver Kahn.
"Eu lembro que na pausa do intervalo, o Élber veio falar comigo 'que é isso cara, que chute é esse, parabéns. É difícil fazer gol no Oliver Kahn. Você comeu pedra pra dar um chute assim?'. Ele demonstrou carinho, deu parabéns e foi marcante pra mim", destacou.
"No ano seguinte, enfrentamos de novo o Bayern e teve um lance parecido. Aí ele (Kahn) pediu cinco jogadores na barreira", comentou.
Foram oito temporadas na Alemanha antes de voltar ao Brasil em 2011 para encerrar a carreira no Guaratinguetá. Dois anos depois, iniciou a carreira de treinador na base do Ituano. Trabalhou ainda como auxiliar antes de ter sua primeira oportunidade como profissional em 2018.
Bergantin ficou no Galo de Itu até 2021 e depois passou por Inter de Limeira, Santo André, CSA, Retrô, Flamengo (como auxiliar de Tite e Filipe Luís) e Ferroviária, por quem iniciou a Série B do Brasileirão deste ano.
No Avaí, Vinícius Bergantin chegou com a missão de buscar o acesso à elite nacional apesar das dificuldades financeiras do clube, que está com os salários atrasados.
"Fiquei muito honrado com o convite do Avaí, por ter dado certo a minha vinda pra cá. Eu encontrei um ambiente que realmente é público, a diretoria está fazendo esse esforço pra honrar esses compromissos. Mas isso é uma questão da direção e o principal foi ter encontrado um grupo muito comprometido, um staff muito competente", elogiou.
"O acesso sempre foi o objetivo. Houve essa turbulência ou, vamos dizer assim, essa adequação da rota, mas a gente se comprometeu a pensar jogo a jogo, direção, elenco de jogadores, a comissão técnica. Nos comprometemos a pensar jogo a jogo pra fazer o melhor pro Avaí e o melhor pro Avaí é o acesso. Sabemos das dificuldades, mas é o que a gente tem em mente", encerrou o treinador.
Depois de estrear com derrota para o Coritiba, por 2 a 0, Bergantin busca a primeira vitória no comando do Avaí nesta sexta-feira (3), contra o CRB, às 21h35 (de Brasília), no Rei Pelé, com transmissão ao vivo do Disney+.