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A pesquisa TIC Cultura, lançada nesta terça-feira, 7, pelo Cetic.br/NIC.br mostra que o acesso à Internet está presente em 100% dos equipamentos culturais de arquivos e cinemas brasileiros e também é alto nos pontos de cultura, alcançando 96% dessas estruturas.
Os dados da pesquisa mostram ainda um crescimento significativo da conexão à rede entre os bens tombados, que saltou de 74% em 2022 para 92% em 2024. O Cetic.br/NIC.br é vinculado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
A pesquisa analisou equipamentos culturais brasileiros como arquivos, bens tombados, bibliotecas, cinemas, museus, pontos de cultura e teatros, entre outubro de 2024 e abril de 2025.
"O setor tem percebido a conectividade e as tecnologias como essenciais para garantir a cidadania cultural, possibilitando maior alcance e capilaridade nos territórios. O uso da Internet já é praticamente universal nos equipamentos culturais brasileiros, com exceção de bibliotecas e museus, cuja utilização segue pouco abaixo dos 90%. Uma das principais barreiras apontadas é a falta de infraestrutura nas regiões", explica Lúcia Bueno, Coordenadora da TIC Cultura.
Wi-Fi público
A proporção de equipamentos que oferecem acesso gratuito via Wi-Fi ao público também aumentou na comparação com os indicadores de 2022, com destaque para as bibliotecas, saltando de 54% para 65%, pontos de cultura, saindo de 53% em 2022 para 64% em 2025 e museus de 40% para 51%.
Já a oferta de computadores para o público se manteve estável, sendo mais presente em arquivos, com 55%, e bibliotecas, 41%.
Outro dado que a pesquisa traz é referente ao uso de inteligência artificial em equipamentos culturais. Segundo a pesquisa TIC Cultura, a tecnologia ainda possui uma presença incipiente, com percentuais de adoção acima de 10% registrados somente em arquivos (20%) e cinemas (16%).
Por outro lado, a pesquisa revela um cenário de avanço na digitalização do setor, com a quase universalização do acesso à Internet e o fortalecimento de capacidades técnicas.
"O estudo mostra que a adoção da IA ainda é restrita, mas reforça a maturidade crescente dos equipamentos culturais brasileiros na incorporação das tecnologias digitais, apoiada pela universalização da conectividade e pelo fortalecimento das capacidades técnicas. No caso específico da inteligência artificial, que teve o uso medido pela primeira vez na pesquisa, apesar dos benefícios que ela pode trazer, é fundamental observar sua aplicação com cautela, tendo em vista questões como a garantia da propriedade intelectual e de direitos autorais", pontua Alexandre Barbosa, Gerente do Cetic.br.
O aprimoramento da infraestrutura digital identificado pelo levantamento se reflete também no uso de dispositivos de propriedade das organizações culturais, como tablets em arquivos, que passou de 14% em 2022 para 32% em 2024; em teatros, saindo de 17% para 27%; de notebooks em bens tombados, de 36% para 65%; e de telefones celulares em pontos de cultura, de 28% para 39%.
"A quinta edição da TIC Cultura evidencia um setor cultural mais resistente e conectado, um legado importante do esforço de adaptação à pandemia e do impacto de políticas de fomento como as leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo. Ao mesmo tempo, os dados sobre formação mostram que a capacitação de equipes é um gargalo importante para que a tecnologia seja, de fato, uma aliada. Nosso objetivo com a pesquisa é, além de orientar gestores, fornecer dados para subsidiar a construção de políticas públicas na área, garantindo que a transformação digital do setor seja inclusiva, ética e que fortaleça a diversidade da produção cultural brasileira", enfatiza Alexandre Barbosa, Gerente do Cetic.br.
A utilização em plataformas como Instagram, TikTok ou Flickr cresceu, alcançando 87% dos pontos de cultura, ante 73% em 2022; e 78% dos bens tombados, patamar que antes era de 50% em 2022. O uso de aplicativos de mensagens como WhatsApp ou Telegram também aumentou, especialmente entre pontos de cultura, de 62% para 72%; e em museus, de 24% para 37%.
As plataformas de streaming também entram na conta. Após pico durante a pandemia, o uso dessas ferramentas em teatros e cinemas recuou em 2024, retornando a patamares observados antes da crise de saúde pública. No caso dos teatros, a mudança foi de 25% em 2022 para 16% em 2024; nos cinemas, a queda foi ainda maior, passando de 51% para 29% no mesmo período.