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As ações da Ser Educacional (SEER3) caíram 16,96%, desta segunda feira (17), a R$ 8,57, depois de a empresa entregar um terceiro trimestre de 2025 (3T25) que frustrou parte relevante das expectativas do mercado. A reação negativa vem principalmente porque o desempenho operacional ficou abaixo do que os analistas das principais casas de análises esperavam, especialmente na captação de alunos e no tíquete médio de cursos estratégicos.
O JPMorgan, por exemplo, avalia que a receita veio 5% abaixo das suas projeções e 1% abaixo do consenso Bloomberg. O Ebitda ajustado, que é o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, ficou 9% aquém da estimativa do banco e 6% abaixo do consenso. Para o JPMorgan, a captação presencial caiu 8% na comparação anual justamente no momento em que a companhia tenta focar tíquetes mais altos, o que gerou pressão no volume de matrículas.
O banco também aponta avanço considerado tímido no tíquete dos cursos de medicina e recuo de 3,8% no tíquete do ensino híbrido sem medicina. A inadimplência subiu para 9,8% da receita. O JPMorgan ainda nota que parte das despesas antes classificadas como financeiras passou a aparecer em inadimplência, o que também mexe com a leitura das contas.
Análise de Ações com Warren Buffett
Apesar dos pontos fracos, o banco chamou atenção para a geração de caixa, que chegou a R$ 71 milhões, e para o lucro ajustado de R$ 24,2 milhões, que ficou 24% acima do consenso, muito por causa da queda das despesas financeiras. O JPMorgan mantém recomendação overweight, palavra usada no mercado para apontar empresas vistas com desempenho superior à média, com preço de referência em R$ 10,35.
O Itaú BBA faz uma leitura neutra. Para o banco, a queda na captação tanto no ensino híbrido quanto no digital pesou, mesmo com algum avanço no tíquete médio do ensino a distância. A receita cresceu no trimestre graças ao desempenho do ensino híbrido, que ampliou a presença de cursos da área de saúde e reduziu a evasão. Na rentabilidade, os números vieram um pouco abaixo do esperado pelo banco, mas ainda melhores do que um ano antes.
O Itaú BBA reconhece a queda de R$ 71 milhões na dívida líquida, embora considere que outras empresas listadas vêm mostrando avanços de caixa mais fortes. O banco mantém recomendação neutra, chamada de market perform, com preço alvo de R$ 12 para o fim de 2026.
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O Santander também classifica o balanço de 3T25 como neutro. O banco vê a receita crescer 8% na comparação anual e reconhece aumento de 10% no híbrido, puxado por cursos de saúde e menor evasão. Mesmo assim, apontou que o Ebitda ajustado ficou abaixo das suas estimativas. Segundo o Santander, a margem bruta caiu 60 pontos base por causa de mais gastos com pessoal e serviços de terceiros, embora a empresa tenha conseguido cortar despesas em outras linhas.
O lucro ajustado de R$ 24 milhões superou em cerca de 13% as projeções do próprio banco e do consenso, e a dívida líquida caiu 11% na comparação trimestral. A relação dívida líquida sobre Ebitda desceu para 1,08 vez, contra 1,24 vez no trimestre anterior. O Santander mantém recomendação neutra, com preço alvo de R$ 6.
O BTG Pactual também optou por uma leitura neutra. O banco cita que, mesmo com avanços recentes, mantém cautela por causa de riscos legais ligados aos ativos de medicina da companhia e pela ainda limitada alavancagem operacional.

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