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O Ibovespa engrenou uma sequência incomum de quinze pregões seguidos de alta, interrompida ontem (12/11), quando registrou uma leve queda de 0,07%, encerrando o dia aos 157.632 pontos. Ainda assim, o índice acumulou avanço de 9,40% nesse intervalo, além de ter renovado sua máxima histórica na faixa dos 158.467 pontos.
Com esse desempenho, o principal indicador da bolsa brasileira já sobe mais de 31% em 2025, sustentado por um fluxo comprador robusto e por um ambiente externo mais favorável ao risco. O rompimento definitivo da linha psicológica dos 150 mil pontos consolidou a tendência positiva no horizonte de médio prazo.
O rali recente, porém, esticou o preço em relação às médias móveis e levou o Índice de Força Relativa (IFR 14) no gráfico diário para 86,64 pontos, nível de sobrecompra. Esse quadro aumenta a chance de movimentos de realização ou ajustes técnicos no curto prazo, antes de uma nova tentativa de superar o topo histórico. Ainda assim, caso o índice consiga romper a máxima mais recente, o fluxo comprador pode voltar a se intensificar.
Destaques do período: quem liderou a alta e quem ficou para trás
Durante o rali de quinze altas consecutivas do Ibovespa, 11 ações do índice subiram mais de 15%, entre os dias 22/10 e 12/11. O movimento foi liderado principalmente por companhias dos setores de energia, construção civil e financeiro, que concentraram boa parte do fluxo comprador.
A liderança ficou com MBRF3, que disparou 33,42% no período, seguida por TAEE11 (+23,02%), MRVE3 (+22,59%), BRKM5 (+19,54%) e SANB11 (+18,34%). Também registraram altas expressivas VAMO3 (+18,39%), RADL3 (+16,70%), ENEV3 (+16,67%), AZZA3 (+15,33%), RENT3 (+15,29%) e CYRE3 (+15,80%), completando o grupo de ações que superaram a marca dos 15%. Confira a lista completa no final deste post.
Na ponta oposta, algumas companhias destoaram da forte tendência de alta. A queda mais intensa foi de POMO4, que recuou 21,13%. Em seguida vieram NATU3 (-8,72%), RECV3 (-7,01%), BEEF3 (-6,28%), além de baixas moderadas em RAIZ4 (-3,12%), PSSA3 (-2,62%), EMBJ3 (-1,47%) e SMFT3 (-1,11%). No total, 8 papéis do Ibovespa não surfaram o rali.
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Entre os papéis que ficaram no negativo, prevalecem empresas mais expostas a margens pressionadas, desafios operacionais ou setores ainda sensíveis à dinâmica de consumo e renda, o que acabou limitando a participação no rali mais amplo do Ibovespa.
Marfrig (MBRF3)
A MBRF (MBRF3) divulgou seu primeiro balanço após a combinação entre Marfrig e BRF e anunciou a ampliação do programa de recompra de ações, autorizando compras até 2027.
No trimestre, a companhia registrou receita líquida de R$ 42 bilhões (+9% ano a ano), Ebitda ajustado de R$ 3,5 bilhões (–9% no ano, mas +15% no trimestre) e lucro líquido ajustado de R$ 680 milhões (–13% no trimestre). A dívida líquida avançou para R$ 48,3 bilhões, aumentando a alavancagem para 3,6x incluindo arrendamentos e FIDC.
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Apesar da boa execução operacional, analistas seguem divididos. XP, BBI e Monte Bravo adotam postura cautelosa diante da alavancagem mais elevada, possível pressão nas margens de aves e prêmio em relação a pares. Já Goldman Sachs e Genial destacam a consistência dos resultados, a força da BRF — cujo Ebitda absoluto cresceu 1% no trimestre — e a expectativa de desalavancagem gradual, reforçando recomendação de compra. A Genial também vê o 3T como “janela de oportunidade”, citando a queda de 43% entre setembro e outubro e a recuperação após o avanço da Sadia Halal. Entre nove casas que cobrem o papel, cinco recomendam manutenção, três compra e uma venda.
Análise técnica da Marfrig (MBRF3)
Fonte: Nelogica. Gráfico diário. Elaboração: Rodrigo PazA MBRF3 passa por um movimento de recuperação consistente após ter recuado desde o topo na região de R$ 24,73 até encontrar suporte importante em R$ 14,59, onde voltou a atrair fluxo comprador. Desde então, o papel vem retomando força no curto prazo e agora negocia acima das médias móveis, indicando retomada da tendência de alta — embora com certo afastamento em relação a elas, o que inspira atenção adicional.
O IFR (14) em 68,17 mostra aproximação da região de sobrecompra, sinalizando possibilidade de um ajuste técnico no curtíssimo prazo antes de novas tentativas de avanço. Apesar disso, o cenário estrutural segue positivo, e eventuais correções podem apenas servir como acomodação dentro de um movimento mais amplo de recuperação.
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Resistências: R$ 21,13, R$ 23,22, R$ 24,73 (máxima histórica)
Suportes: R$ 19,12, R$ 18,50, R$ 17,10, R$ 16,12, R$ 14,59 (mínima do ano)
Marcopolo (POMO4)
Na ponta inversa, a Marcopolo (POMO4) passou a ser pressionada após a divulgação do balanço do 3T25, acumulando queda mesmo com o Ibovespa em alta.
Segundo o JPMorgan, a reação negativa decorre da frustração com a receita e da preocupação com os efeitos do profit warning da NFI, empresa canadense na qual a Marcopolo detém 8,1%.
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A NFI relatou atrasos nas entregas e uma provisão significativa relacionada a recall de baterias, o que pode impactar os resultados consolidados da Marcopolo e manter o investidor mais cauteloso no curto prazo.
Ainda assim, o JPMorgan avalia que o case segue atrativo, apoiado na geração de caixa sólida, margem bruta estável em torno de 25% e potencial de dividendos relevantes. A casa projeta dividend yield entre 8% e 12% em 2026, dependendo do payout.
Tanto o JPMorgan quanto o Itaú BBA mantêm recomendação de compra para POMO4, com preço-alvo de R$ 12, destacando possíveis catalisadores, como nova rodada do Caminho da Escola, demanda externa mais forte, entregas ao Ministério da Saúde e a possibilidade de dividendo extraordinário.
Análise técnica da Marcopolo (POMO4)

Do ponto de vista técnico, a Marcopolo segue em um cenário mais delicado no curto prazo. Depois de tocar a região de topo histórico em R$ 9,92, o papel iniciou uma correção mais intensa, devolvendo parte relevante das altas acumuladas no ano. No momento, opera próxima da estabilidade em 2025, mas ainda inserida em uma estrutura de queda no curtíssimo prazo.
O ativo permanece abaixo das médias móveis de 9, 21 e 200 períodos, reforçando a predominância da força vendedora. O IFR (14), em 24,65, indica zona de sobrevenda, sugerindo possibilidade de um repique técnico — porém, caso ocorra, tende a ser limitado, já que a tendência maior continua apontando para baixo.
No gráfico diário, o papel pode ganhar pressão adicional caso perca o suporte em R$ 6,87. A perda desse patamar abre espaço para novas mínimas no curto prazo.
Resistências: R$ 7,28, R$ 7,57, R$ 7,79, R$ 8,35, R$ 8,99, R$ 9,57
Suportes: R$ 6,87, R$ 6,59, R$ 6,42, R$ 5,81, R$ 5,64
(Rodrigo Paz é analista técnico)
Confira o desempenho completo das ações:
Fonte: Economática; período de 22/10 e 12/11
MBRF3 33,42%
TAEE11 23,02%
MRVE3 22,59%
BRKM5 19,54%
VAMO3 18,39%
SANB11 18,34%
RADL3 16,70%
ENEV3 16,67%
CYRE3 15,80%
AZZA3 15,33%
RENT3 15,29%
DIRR3 14,76%
B3SA3 14,52%
BPAC11 14,48%
ISAE4 14,29%
ASAI3 14,17%
TOTS3 13,91%
PRIO3 13,83%
CPFE3 13,41%
CURY3 13,29%
EQTL3 13,19%
WEGE3 13,16%
CPLE5 13,12%
RDOR3 13,12%
HYPE3 12,35%
AXIA3 12,32%
VIVA3 12,25%
AXIA6 11,93%
IRBR3 11,86%
EGIE3 11,83%
CMIG4 11,62%
ABEV3 11,46%
CVCB3 11,31%
BBAS3 11,00%
UGPA3 10,71%
VBBR3 10,20%
PETR3 9,99%
PETR4 9,62%
BRAP4 9,54%
IGTI11 9,52%
BBDC4 9,51%
BBDC3 9,48%
MGLU3 9,45%
YDUQ3 9,44%
MOTV3 8,79%
FLRY3 8,69%
SBSP3 8,58%
VALE3 8,16%
USIM5 8,06%
COGN3 7,93%
KLBN11 7,48%
ENGI11 7,45%
CMIN3 7,11%
VIVT3 6,81%
ITSA4 6,74%
PCAR3 6,70%
CSAN3 6,66%
ITUB4 6,61%
MULT3 6,52%
GGBR4 6,29%
GOAU4 6,28%
SLCE3 5,99%
TIMS3 5,48%
RAIL3 5,33%
BRAV3 4,44%
BBSE3 4,32%
AURE3 4,09%
CXSE3 3,12%
LREN3 2,12%
CEAB3 2,04%
SUZB3 1,24%
CSNA3 0,92%
HAPV3 0,18%
SMFT3 -1,11%
EMBJ3 -1,47%
PSSA3 -2,62%
RAIZ4 -3,12%
BEEF3 -6,28%
RECV3 -7,01%
NATU3 -8,72%
POMO4 -21,13%
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