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O Ibovespa encerrou a última quarta-feira (12) com leve queda de 0,07%, aos 157.632 pontos, interrompendo uma sequência de 15 altas consecutivas. O movimento reflete uma combinação de fatores externos e internos, com destaque para o enfraquecimento do dólar, o aumento do fluxo para mercados emergentes e o otimismo local diante da expectativa de cortes de juros e da aproximação do “trade eleitoral”.
No cenário doméstico, o início da temporada de resultados e a perspectiva de flexibilização monetária também sustentam o apetite por risco. Segundo o Brasil Macro Mensal da XP, a inflação vem recuando de forma consistente, o que amplia as chances de o Banco Central iniciar um novo ciclo de cortes em 2026. Esse ambiente reforça o sentimento positivo para os ativos brasileiros, embora analistas alertem para correções pontuais após a forte sequência de ganhos.
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O relatório mensal da XP aponta que o ambiente global segue favorável, ainda que o crescimento econômico em grandes economias tenha perdido fôlego. A expectativa é de uma política monetária mais acomodatícia em diversas regiões, especialmente nos Estados Unidos, o que tende a sustentar a atratividade dos emergentes.
No Brasil, os juros futuros recuaram, refletindo a confiança em uma inflação sob controle e a possibilidade de cortes na Selic em 2026. Embora as commodities mantenham volatilidade, permanecem em patamar elevado, enquanto as tensões comerciais entre potências parecem menos ameaçadoras à economia global, criando um cenário de estabilidade moderada.
Ações brasileiras em alta histórica: e agora?
Após uma sequência impressionante de valorização, investidores começaram a questionar se o rali da Bolsa brasileira ainda tem fôlego. Analistas da XP, após conversas com investidores em São Paulo e no Rio de Janeiro, mantêm uma visão otimista, mas admitem a possibilidade de uma correção de curto prazo.
A recomendação é de cautela seletiva. Embora o ambiente doméstico favoreça os ativos locais, parte do avanço recente já precifica um cenário de cortes de juros e melhora nos resultados corporativos. Assim, o foco deve estar na gestão de riscos e na diversificação, aproveitando oportunidades sem se expor excessivamente.
Temporada de resultados: Banco do Brasil tem lucro pressionado
O Banco do Brasil (BBAS3) registrou lucro líquido recorrente de R$ 3,8 bilhões no trimestre, ligeiramente acima das estimativas da XP, impulsionado por efeitos tributários positivos. No entanto, o resultado operacional continua pressionado por um aumento no custo de crédito, que atingiu R$ 7,9 bilhões, reflexo da deterioração da qualidade das carteiras.
Mesmo com o cenário desafiador, o banco aprovou a distribuição de R$ 410,6 milhões em Juros sobre Capital Próprio (JCP). O desempenho reforça o contraste entre resultados pontualmente sólidos e desafios de longo prazo, à medida que o setor financeiro lida com margens apertadas e inadimplência elevada.
Onde Investir – Novembro: ajustes e oportunidades
A XP ajustou suas carteiras recomendadas para novembro, elevando em 2,5% a exposição à renda variável brasileira nas carteiras moderada e sofisticada, com redução proporcional na renda fixa pós-fixada. A estratégia reflete uma visão mais construtiva para o mercado acionário, mas ainda com postura seletiva.
Os analistas destacam a importância de manter uma abordagem defensiva, priorizando setores resilientes e oportunidades pontuais em fundos imobiliários, que vivem uma janela estratégica de atratividade. A combinação de juros estáveis e expectativa de cortes futuros cria espaço para ganhos de capital no médio prazo.
COP30: otimismo cauteloso marca início da conferência
A COP30 começou em Belém (PA) com uma atmosfera de otimismo contido. Apesar dos desafios logísticos e geopolíticos, o encontro mostrou avanços diplomáticos e uma coordenação mais eficaz entre as delegações em comparação com edições anteriores.
A conferência tem priorizado resultados pragmáticos e compromissos factíveis, em vez de promessas grandiosas. O Brasil, como anfitrião, busca protagonismo nas discussões sobre transição energética e preservação da Amazônia, reforçando sua posição como liderança regional na agenda ambiental.
Quando uma empresa de capital aberto entra em falência – como no caso da Oi (OIBR3), os investidores não são responsabilizados pelas dívidas, mas podem perder integralmente o valor aplicado. O registro da companhia é cancelado, e suas ações deixam de ser negociadas na Bolsa.
No processo de liquidação, a prioridade legal é o pagamento dos credores. Somente após a quitação das dívidas é que os acionistas podem receber algo, caso reste saldo. Por isso, o monitoramento da saúde financeira das empresas é essencial para mitigar riscos em uma carteira de investimentos.
Setor imobiliário: construtoras de baixa renda seguem resilientes
Mesmo com a Selic em níveis elevados, o mercado imobiliário mantém fundamentos sólidos, especialmente entre as construtoras voltadas ao segmento de baixa renda. O apoio governamental e os programas habitacionais sustentam a demanda e garantem previsibilidade ao setor.
Já as empresas de alta renda, embora menos dependentes de crédito, demonstram resiliência pela natureza inelástica de seu público. O cenário sugere estabilidade e boas perspectivas para quem busca exposição ao setor, com oportunidades específicas em companhias mais eficientes e capitalizadas.
Varejo: preferências dos investidores revelam tendências
Em uma série de 40 reuniões com investidores no Brasil, Estados Unidos e Europa, a XP observou baixa exposição ao varejo, mas atenção crescente às oportunidades do setor. Entre os estrangeiros, Mercado Livre (MELI34) e Raia Drogasil (RADL3) figuram como as preferidas; já os investidores locais se concentram em SmartFit (SMFT3), Vivara (VIVA3) e Raia Drogasil (RADL3).
A falta de convicção reflete a cautela diante da recuperação ainda gradual do consumo e das margens apertadas. Contudo, o setor segue no radar, especialmente em empresas com forte presença digital e modelos de negócio escaláveis, capazes de capturar a retomada econômica de forma eficiente.

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