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Neste período de sua vida marcado por profundas transformações — físicas, emocionais e espirituais — Rafa Kalimann decidiu compartilhar com sinceridade seu percurso com relação à saúde mental. Em entrevista recente, ela revelou que já lida há algum tempo com quadros de depressão e de síndrome do pânico, condições que, segundo diversos estudos, podem se intensificar durante a gravidez e se manifestar com ainda mais força no puerpério. Rafa destaca que não está apenas observando esses desafios: ela está se preparando para enfrentá-los da melhor forma possível.

Rafa Kalimann
Foto: Reprodução/Instagram / Contigo
Desde o início da gestação, assim que fez o primeiro ultrassom, Rafa se mobilizou para garantir o suporte adequado. Ela conta que buscou ajuda profissional — tanto uma psicóloga quanto um psiquiatra — com o objetivo de criar uma base emocional estável que a sustente nos momentos mais difíceis. A consciência de que os hormônios, as mudanças no corpo, a expectativa, o medo do futuro e as incertezas podem pesar muito, motivou-a a antecipar cuidados, em vez de reagir somente quando os sintomas se agravarem.
Ela admite que a gravidez até agora tem sido marcada por sentimentos de insegurança e incerteza, que muitas mulheres enfrentam mas nem sempre se sentem confortáveis para compartilhar. Rafa reflete que há uma tendência de romantizar a gestação, enfatizando apenas seus aspectos bonitos — o crescimento da barriga, a expectativa, os momentos de felicidade — mas pouco se fala sobre os dias em que a autoestima oscila, quando aparecem dores físicas, insônia, sono pesado, a sensação de estar sobrecarregada com o próprio corpo, ou ainda o receio de não corresponder às próprias expectativas e às expectativas dos outros. "A gravidez não tem que ser romantizada", ela afirma, "porque quando entramos nessa fase da vida, existe uma solidão muito grande. E o medo de ser julgada, de se sentir frágil ou fraca demais."
Rafa ressalta que, para ela, a preocupação maior está com o puerpério — aquele período logo após o parto, que pode trazer desafios inesperados. Ela sabe pelos relatos de outras mulheres e pela própria história de seu corpo emocional que o pós‑parto pode ser um momento em que sentimentos de depressão ou de pânico se intensificam. Por isso, seu plano de preparação emocional inclui estabelecer uma rede de apoio mais forte (familiares, amigos, profissionais), monitorar bem o sono, a alimentação, as atividades físicas, mas também reservar espaços para descansar, para "ser apenas mãe" sem pressão externa, sem essa cobrança de estar linda, de estar forte, de dar conta de tudo.
Outro ponto importante que Rafa menciona: ela está aprendendo a observar seu corpo com gentileza. As mudanças físicas — o crescimento da barriga, o ganho ou perda de peso, o aspecto da pele, as transformações de humor — tudo isso é algo novo, que pede adaptação. Ela afirma que não está tão focada em "como vou estar depois", mas sim em "como estou agora", e em aceitar esse corpo que está cumprindo um papel extraordinário. Em vez de rejeitar ou comparar, ela busca olhar para cada mudança como parte de uma nova identidade, mais rica, mais complexa, que integra tanto fragilidade quanto poder.
A gestação também tem sido um momento de redescoberta interna. Rafa diz que está aprendendo a se ouvir mais, a dar atenção aos sinais de cansaço ou de sobrecarga mental, a dizer "não" quando algo exige demais, a não carregar a culpa por não corresponder aos padrões de perfeição que muitas vezes são impostos, inclusive por nós mesmos. Ela acredita que preparar emocionalmente o pós‑parto significa muito mais do que evitar crises — significa construir resiliência, amor-próprio, aceitação, e ainda permitir que cada etapa seja vivida com autenticidade.
Por fim, Rafa enfatiza que abrir esse diálogo é um ato político e libertador. Ao falar abertamente de depressão, de medos, de expectativas e inseguranças, ela espera contribuir para que outras gestantes se sintam menos isoladas. Que saibam que buscar ajuda não é fraqueza, mas coragem. Que cuidar da mente durante esse tempo não faz sentido apenas para evitar problemas, mas para permitir que a maternidade seja também um espaço de cuidado, de afeto, de construção de uma nova vida — dentro e fora — da própria mulher.
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