ANUNCIE AQUI
A Operação Eclesiastes, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (8), em Belém, terminou com a morte de Marcello Victor Carvalho de Araújo, de 24 anos, filho da escrivã da Polícia Civil Ana Suellen Carvalho. O jovem estava no apartamento da mãe, localizado no bairro do Jurunas, quando os agentes federais cumpriam um dos mandados da operação.
Segundo a PF, Marcello teria agredido um policial e tentado tomar-lhe a arma, o que levou os agentes a efetuarem disparos. A família contesta a versão e afirma que o rapaz foi confundido com um dos alvos da operação e atingido dentro do imóvel.
Marcello era formado em Educação Física, trabalhava como auxiliar administrativo na Polícia Civil e era sobrinho-neto da promotora de Justiça Ana Maria Magalhães, do Ministério Público do Pará (MPPA).
O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação sobre o caso e informou que requisitou informações à Superintendência da PF no Pará, ao Instituto de Criminalística e ao Instituto Médico Legal (IML). A Polícia Científica do Pará confirmou que a necropsia será realizada nesta quinta-feira (9), com acompanhamento de perito da PF de Brasília.
A Associação dos Delegados de Polícia do Pará (Adepol) divulgou nota expressando solidariedade à escrivã Ana Suellen Carvalho “pelo falecimento de seu filho”.
De acordo com familiares, o jovem estava em casa com a mãe e o namorado dela, Marcelo Pantoja Rabelo, conhecido como “Marcelo da Sucata”, apontado como um dos 19 presos na operação. A tia do rapaz, Ana Carolina Carvalho, relatou que os agentes arrombaram a porta do apartamento e atiraram após a invasão. “Meu sobrinho levou o primeiro tiro fora do quarto. Assustado, correu para dentro, e eles seguiram atirando”, declarou.
A Operação Eclesiastes tem como alvo uma organização criminosa envolvida com tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, que teria movimentado mais de R$ 1 bilhão, segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Além das prisões, foram apreendidos documentos, celulares, veículos de luxo e valores em espécie em Belém, Ananindeua e cidades da região metropolitana.
A PF informou que o grupo utilizava embarcações pesqueiras para o transporte de drogas e mantinha empresas de fachada e “laranjas” para movimentar os recursos. O esquema também estaria ligado a garimpos ilegais e à entrada irregular de ouro no país, revelando conexões entre narcotráfico, mineração e lavagem de capitais.