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Eleito neste domingo (19) como o próximo presidente da Bolívia, segundo resultados preliminares, o senador de centro-direita Rodrigo Paz é do Partido Democrata Cristão (PDC).
Rodrigo traz consigo um sobrenome ligado à política, mas conquistou espaço próprio ao se apresentar como alternativa moderada em meio à crise econômica que assola o país.
Economista e político
Nascido em Santiago de Compostela, na Espanha, em 1967, Rodrigo cresceu entre o peso da tradição familiar e a experiência de viver o exílio político do pai. Ele é filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989-1993).
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Formado em Economia, construiu carreira pública em Tarija, onde atuou como deputado, presidente do Conselho Municipal e, em 2015, prefeito.
Em 2020, foi eleito senador e se destacou por defender maior descentralização de recursos e proximidade com a população. Sua trajetória o projetou como uma liderança regional capaz de dialogar tanto com setores conservadores quanto com uma classe média urbana cansada dos extremos.
Promessas de campanha e desafios
Durante a campanha, Paz defendeu a ideia de um “capitalismo para todos”: medidas de estímulo ao empreendedorismo e ao investimento privado combinadas com garantias mínimas de proteção social.
O discurso buscou capturar o sentimento de mudança, oferecendo uma alternativa ao modelo centralizador do Movimento ao Socialismo (MAS), partido que dominou a política boliviana sob a liderança de Evo Morales e seus sucessores. Sua estratégia foi trocar os grandes comícios por visitas a feiras, mercados e comunidades afastadas, reforçando a imagem de um político disposto a ouvir.
O desafio agora é transformar o discurso em resultados concretos. A Bolívia enfrenta inflação alta, escassez de combustível e divisas, além de uma crise cambial que ameaça o dia a dia da população. Paz terá de lidar com expectativas elevadas em um Congresso fragmentado, sem base sólida para aprovar reformas de impacto.
A ascensão de Rodrigo Paz simboliza uma virada de página no bicentenário da Bolívia. Com raízes políticas profundas, mas embalado pelo discurso de novidade, ele assume a presidência como o rosto de um país que busca romper com o passado recente e reencontrar o caminho da estabilidade.