Provedores de Rondônia são alvo de extorsão e têm lojas incendiadas

há 3 dias 4
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Loja de um dos provedores atingidos pelos ataques criminosos em Rondônia (Divulgação)

Depois de registros no Rio de Janeiro, Ceará e Pará, agora são os representantes de provedores de internet da região Norte e Centro-Oeste que vêm sofrendo com a escalada de ataques criminosos contra empresas do setor, motivados por tentativa de extorsão. No estado de Rondônia, nove provedores foram ameaçados na última semana, sendo que oito tiveram sedes incendiadas ou vandalizadas – 5 lojas de diferentes empresas foram incendiadas de maneira coordenada, no mesmo dia, em cidades diferentes.

Em entrevista ao Tele.Síntese, um dos provedores, que preferem não se identificar, afirma: “São ataques terroristas, que ameaçam a vida das pessoas que trabalham com isso e podem deixar o estado sem internet ”. Segundo os relatos, há empresários deixando o estado diante do avanço do problema. Os estabelecimentos atingidos ficam em Vilhena, Colorado do Oeste, Cerejeiras, Guajará-Mirim e Nova Mamoré.

Rondônia tem cerca de 150 ISPs, não se sabe ao certo quantos têm sido alvo de extorsão. Há relatos de que o problema estaria se espalhando para Mato Grosso, Acre e Amazonas também. Os criminosos pedem 50% do faturamento do provedor para que as ameaças cessem.

As ações criminosas têm foco na coerção direta aos provedores, com destruição de estruturas físicas e intimidações. “Eles estão ameaçando outros negócios, não só de internet”, conta outro provedor.

Embora a infraestrutura de rede ainda não tenha sido comprometida de forma sistêmica, os ataques afetaram diretamente as áreas comerciais dos ISPs. “Os ataques afetaram principalmente a parte comercial das empresas”, relatou um empresário.

Eles afirmam que os funcionários estão trabalhando com medo e que avaliam paralisação de 48h para chamar atenção para o problema. “Isso não depende da gente, mas estão todos com medo”, disse um provedor.

Provedores cobram atuação da polícia e do Ministério Público

Todos os cinco provedores cujas unidades foram queimadas estariam operando de forma limitada, com perdas relevantes. Há preocupação com a sustentabilidade das operações. Os ISPs afetados reclamam de inação das autoridades.

Segundo eles, polícia, Ministério Público e governo do estado já foram acionados, e Anatel, informalmente, mas ainda não houve solução para a escalada das ameaças recebidas. Fontes da Anatel dizem que a agência não tem como agir em casos assim, que dependem da atuação policial, mas que está disponível para assessorar tecnicamente os órgãos de segurança.

“A polícia já está sabendo e está dizendo que não tem muito o que fazer, porque não tem efetivo para monitorar todos os provedores”, afirma um ISP.

Segundo dados oficiais da Anatel, há 429 mil assinantes de banda larga fixa em Rondônia. O número é subnotificado, no entanto. O estado tem 1,75 milhão de habitantes e cerca de 730 mil residências, sem contar estabelecimentos comerciais. Segundo os provedores, os ISPs da região empregam diretamente cerca de 10 mil pessoas.

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