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A principal diplomata da União Europeia afirmou que a agressão de Moscou contra o bloco, incluindo uma explosão ocorrida na Polônia no fim de semana, deve ser considerada terrorismo.
“Esses atos de sabotagem que eles estão organizando em nossos territórios, em diferentes países, são extremamente, extremamente graves”, disse Kaja Kallas, representante de assuntos exteriores da Comissão Europeia, em um evento da Bloomberg nesta terça-feira (18).
Ela citou uma declaração anterior do secretário-geral da Otan, Mark Rutte, em fevereiro, quando afirmou que incidentes híbridos cometidos pela Rússia deveriam ser chamados de “terrorismo patrocinado pelo Estado”.
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Uma explosão no fim de semana danificou uma importante ferrovia polonesa usada para transportar remessas cruciais para a Ucrânia. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, culpou a Rússia pelo ataque, que chamou de “provavelmente o ato de sabotagem mais grave” no país desde o início da invasão em grande escala de Moscou.
A UE está enfrentando o desafio de como responder a uma série de ataques cibernéticos, interferências de sinal e campanhas de desinformação atribuídas à Rússia. No mês passado, a UE adotou seu 19º pacote de sanções contra a Rússia, intensificando seus esforços para reduzir a capacidade de Moscou de continuar a guerra contra a Ucrânia.
Kallas, conhecida por sua postura dura contra a Rússia, sempre foi franca ao denunciar as atividades híbridas de Moscou, mesmo quando outros líderes foram mais cautelosos ao atribuir culpa pelos incidentes.
Tusk disse na segunda-feira que um dispositivo explosivo destruiu um trecho da ferrovia próximo à vila de Mika, a cerca de 100 quilômetros da capital. Danos também foram encontrados em outros pontos da mesma rota.
Ambos os atos ocorreram ao longo de um elo crucial que conecta Varsóvia à fronteira ucraniana em Dorohusk, disse Tusk. Os dois suspeitos deixaram a Polônia rumo à Bielorrússia após a tentativa de descarrilamento dos trens. A OTAN está em contato próximo com as autoridades polonesas e aguardará o resultado da investigação.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, rejeitou a acusação. “Seria muito estranho se a Rússia não fosse a primeira a ser culpada”, disse, acrescentando que “a russofobia está florescendo” na Polônia.
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“O que eles estão tentando alcançar agora é semear o medo em nossas sociedades para que deixemos de ajudar a Ucrânia”, disse Kallas em Bruxelas. Ela acrescentou que a Rússia quer que a UE pare de ajudar Kiev porque “isso está chegando ao nosso território agora”.
No passado, a Polônia já culpou Moscou por um suposto aumento no número de casos de sabotagem. O país também enfrenta o maior número de ataques cibernéticos estrangeiros na UE.
Incidentes híbridos, como incursões de drones, tornaram-se quase diários na Europa nos últimos meses, interrompendo o tráfego aéreo e até provocando a evacuação de uma vila na Romênia.
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Após uma onda de incursões de drones e jatos russos, especialmente na frente leste da OTAN, a aliança militar enviou mais forças e capacidades para proteger o espaço aéreo ao longo da fronteira com a Rússia. A UE também está buscando formas de fortalecer suas capacidades com drones.
“A Rússia está realmente tentando testar até onde pode ir”, disse Kallas. “Devemos lutar.”
© 2025 Bloomberg L.P.
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