Por que Dembélé, desfalque em Barcelona x PSG, não deu certo na Espanha? Ele mesmo cita os motivos

Barcelona e PSG se enfrentam nesta quarta-feira (1º), às 16h (de Brasília), no Estádio Olímpico Lluís Companys, na Espanha, em jogo válido pela 2ª rodada da primeira fase da Champions League. Ex-atacante do Barça e atual Bola de Ouro pelo time de Paris, Ousmane Dembélé está fora da partida, em recuperação de uma lesão na coxa direita sofrida em setembro, mas seu nome segue em alta.

Coroado pela revista France Football como o melhor jogador do mundo na temporada 2024/25, o atacante passou longe de cumprir as expectativas depositadas pelo Barcelona em seu futebol. O clube espanhol via no francês, quando contratado em 2017, o substituto ideal de Neymar e um futuro potencial Bola de Ouro. Na equipe catalã, porém, as lesões atrapalharam Dembélé.

Em seis temporadas com a camisa do Barça, Dembélé atuou em 185 partidas, fez 40 gols e deu 42 assistências. Entrando em seu terceiro ano de PSG, o atacante de 28 anos já acumula 99 partidas, com 43 gols e 28 assistências. As críticas em cima do francês, em sua época de Barcelona, giravam em torno do seu comprometimento. O problema, como conta o próprio jogador, estava em sua imaturidade.

“Agora sou um pouco mais profissional. Eu já era, mas agora sou um pouco mais. Mesmo nos dias de descanso, gosto de ir ao centro de treinamento, me recuperar, trabalhar com os fisioterapeutas”, contou Dembélé em entrevista à France Football.

“Antes, eu ia para casa, jogava NBA 2K [jogo de videogame de basquete], assistia TV. Eu também era mais jovem, é normal. Mas, no final, você paga caro, e eu vi isso especialmente no Barcelona. Cheguei lá jovem, joguei dos 20 aos 26 anos, tive muitos problemas físicos. Aprendi muito. Agora conheço melhor o meu corpo e por isso me lesiono menos. Sei quando estou bem, mas também quando preciso diminuir o ritmo e dosar nos treinos”, completou.

Com o passar do tempo e absorvendo conhecimento de jogadores mais experientes, o jovem francês entendeu como o cuidado com o corpo é fundamental no desempenho de um atleta de alto rendimento.

“Quero agradecer a todos os clubes por onde passei, o Borussia Dortmund, o Rennes, que me formou, onde cheguei muito novo. Ao Barcelona, onde aprendi muito ao lado de grandes jogadores como Iniesta e Messi. Foram anos de muito aprendizado”, disse Dembélé quando recebeu o troféu da Bola de Ouro.

Entre as pessoas envolvidas na passagem do atacante francês pelo Barcelona, como o diretor de futebol da época, Robert Fernández, o sentimento é de um “tapa na cara”.

“Ninguém teve paciência. Nem a imprensa, nem o clube. E ele era jovem demais para entender muitas coisas. Essa é a realidade. Mas deu uma lição a todos nós. E já nos deu em seu último ano no Barça. Tudo que se dizia, que não era um bom profissional, que saía de noite, que bebia... Não era verdade. Depois de duas lesões muito graves, em um ambiente muito difícil, demonstrou que era um grande profissional”, disse Fernández, em entrevista ao jornal Mundo Desportivo.

“Outro jogador, com sua idade, teria jogado a toalha. Mas ele não o fez. Seguiu trabalhando, se recuperou, jogou muito bem com Xavi e estava muito bem avaliado. Agora está muito bem. Deu um tapa na cara de todos nós. E me alegra muito que vá bem”, completou.

O jogo entre Barcelona e PSG desta quarta-feira não contará com a presença de Dembélé, Marquinhos e Doué, os três no departamento médico, além de Kvaratskhelia, preservado. A lesão do Bola de Ouro, sofrida em Ucrânia 0 x 2 França, no início deste mês, irritou o PSG, que teria avisado sobre a condição física do atacante e pedido para ele não ser escalado.

Vitinha, João Neves e Fabián Ruiz voltam ao time. Do outro lado estará Lamine Yamal, jovem espanhol que foi eleito pela segunda vez consecutiva o melhor jogador sub-21 do mundo.