Polícia do RJ deflagra contra o Comando Vermelho e prende “Mentor de Barricadas”

há 1 semana 3
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou, nesta terça-feira (18), uma nova etapa da Operação Contenção, que tenta conter a expansão das ações da organização criminosa Comando Vermelho. A informação é do jornal O Globo.

Segundo a Polícia, o objetivo nesta etapa é atacar a estrutura financeira e logística da facção. A corporação cumpre 41 mandados de prisão e 94 de busca e apreensão. 

Um dos principais alvos detidos seria Cosme Rogério Ferreira Dias apontado como o “Mentor de Barricadas”, empresário do ramo da reciclagem em ferros-velhos e que, segundo a investigação, era responsável pelas operações de lavagens e apoio logístico à facção.

A investigação aponta que ele financiava a construção das barreiras que impedem o livre tráfego de moradores e dificulta o acesso de agentes. Já os ferros-velhos ligados à facção funcionam como núcleos de lavagem de dinheiro e de apoio operacional, além do apoio financeiro às barricadas. 

Até o momento, 15 criminosos foram presos, segundo informe do programa “Bom dia Rio”, da TV Globo. A Justiça também teria ordenado o bloqueio de R$ 217 milhões em bens e valores, além da interdição de oito ferros-velhos.

As análises financeiras conduzidas pela Delegacia da Receita Federal revelaram que o valor bloqueado era considerado incompatível com as atividades declaradas pelos investigados.

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Além do montante, foi ordenado o sequestro de imóveis de luxo no Recreio Bandeirantes, veículos de alto padrão e o afastamento compulsório de sócios e responsáveis legais pelos negócios interditados.

Primeira fase da operação

A primeira fase da Operação Contenção, uma megaoperação conjunta das polícias Civil e Militar do Rio, realizada nos Complexos do Alemão e da Penha em 28 de outubro, teve como objetivo combater a expansão territorial do Comando Vermelho.

A Operação foi idealizada como uma iniciativa permanente do Estado do Rio de Janeiro, chefiado pelo governador Cláudio Castro (PL), para inibir o avanço da facção em outras regiões do estado. 

Ambos os Complexos são considerados regiões-chave na disputa por território entre facções criminosas. A primeira fase visava o cumprimento de 180 mandados de prisão contra integrantes da facção, incluindo 30 membros de outros estados, que estariam escondidos nos Complexos.

Um dos principais alvos seriam Edgar Alves Andrade, apontado como liderança do CV no Complexo da Penha, chefiando o tráfico de drogas na comunidade. Conhecido como Doca ou “Urso”, o criminoso de 55 anos possui uma extensa ficha criminal e 26 mandados de prisão expedidos pela Justiça.

Apesar do planejamento prévio, o início da operação foi acelerado devido a um conflito entre traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP) rivais ao CV, iniciado na madrugada do dia 27 no Complexo do Chapadão e na comunidade da Pedreira.

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Conforme a Polícia, o conflito iniciou quando membros do CV alocados no Chapadão tentaram atacar locais de venda de drogas do TCP na comunidade da Pedreira. O conflito atraiu a atenção das autoridades, que foram informadas de um pedido de apoio do CV aos membros no Complexo do Alemão para conquistar o território então em disputa.

Cerca de 2,5 mil policiais civis e militares foram mobilizados a partir da madrugada da terça-feira 28 e entraram em ação nos Complexos da Penha e Alemão. Considerada a ação policial mais letal da história no Brasil, a megaoperação resultou, no mesmo dia, em 121 mortos, dos quais 4 eram policiais e 117 suspeitos.

Foram presos 113 suspeitos, sendo 33 de outros estados como Amazonas, Ceará, Pará e Pernambuco. Foram apreendidos 118 armas, sendo 91 fuzis. 

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Apesar da mobilização, a operação não atingiu o objetivo principal: desmantelar a cúpula do Comando Vermelho. Edgard Alves, o Doca, apontado como maior líder da facção, conseguiu escapar e segue foragido.

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