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A Polícia Civil de São Paulo, em parceria com a Vigilância Sanitária, realizou nesta quarta-feira (1º) uma nova fase da operação contra a venda de bebidas adulteradas com metanol.
Quatro estabelecimentos foram vistoriados: dois na capital, na região da Bela Vista, e dois na cidade de Barueri, na Grande São Paulo. Os endereços não foram divulgados para não prejudicar as investigações.
A ação ocorre em meio ao avanço das investigações sobre casos de intoxicação que já resultaram em cinco mortes e 22 pessoas sob suspeita de contaminação no estado.
Na véspera, um bar nos Jardins, na zona nobre de São Paulo, foi interditado após uma cliente de 43 anos perder a visão após consumir vodca. O local, frequentado para almoços e “happy hours”, foi fechado por representar “risco iminente à saúde pública”.
O estabelecimento, chamado Ministrão Bar, afirmou em nota que compra bebidas apenas de fornecedores oficiais. Ainda assim, segundo Manoel Bernardes de Lara, diretor do Centro de Vigilância Sanitária do Estado, a interdição foi necessária: “Mesmo com checagem de documentação, não há como garantir que outras garrafas não tenham sido manipuladas”.
Na sequência, outros dois bares também foram fechados: o Torres, na Mooca, e um terceiro em São Bernardo do Campo, cujo nome não foi divulgado.
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Em comunicado, o Torres informou que colabora integralmente com a fiscalização e adquire produtos de distribuidores oficiais.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) reforçou que todos os locais ligados a suspeitas de contaminação passarão por interdição cautelar. “Não pode continuar comercializando bebidas se existe a suspeita de fraude. Esse é o caminho para mapear a origem e identificar os responsáveis”, afirmou.
Segundo ele, a medida permitirá verificar se os estabelecimentos agiram de boa-fé e, nesses casos, liberar apenas os lotes suspeitos, preservando o funcionamento regular dos bares.
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O governo estadual também confirmou que entre as vítimas está o advogado Marcelo Lombardi, de 45 anos, morador de São Bernardo, que morreu após consumir bebida adulterada na capital.
Na segunda-feira (29), equipes já haviam apreendido 117 garrafas sem rótulo e sem procedência em três bares da capital, localizados nos Jardins, na Mooca e em outra região da Zona Oeste. As amostras foram encaminhadas ao Instituto de Criminalística para perícia.
O Centro de Vigilância Sanitária recomendou que bares e consumidores redobrem os cuidados com a procedência dos produtos.
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A orientação é dar preferência apenas a bebidas de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, evitando riscos de intoxicação por metanol, substância altamente tóxica, associada a cegueira, falência de órgãos e morte.