PM-SP investiga ação de agentes em escola por denúncia de “aula de religião africana”

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A Polícia Militar vai investigar a ação de quatro agentes armados que atenderam a uma ocorrência na terça-feira (11), na EMEI Antônio Bento, no Caxingui, zona Oeste de São Paulo, após um pai, também policial, denunciar que a escola teria obrigado sua filha a participar de uma “aula de religião africana”.

Segundo informações obtidas pela Folha de S.Paulo, o caso teria ocorrido após o pai descobrir que a filha de quatro anos fez um desenho da orixá Iansã em uma atividade na escola, baseada no livro “Ciranda de Aruanda”, obra prevista no currículo antirracista da rede municipal de ensino.

O pai, sargento da Polícia Militar e evangélico, não aceitou a atividade e questionou a professora, alegando que ela estaria promovendo doutrina religiosa ao ‘incluir umbanda’ na vida da aluna. Em seguida, ele rasgou parte das atividades sobre o tema que estavam expostas em um mural.

Após o constrangimento, o pai foi conduzido para uma conversa com a diretoria, que solicitou que ele formalizasse a reclamação por meio de uma carta, a qual seria apresentada na reunião do conselho escolar no dia seguinte, com a participação dele. No entanto, essa solicitação foi recusada.

No lugar dele, os quatro agentes armados apareceram por volta das 16h para questionar a diretoria sobre a denúncia. A funcionária relata que foi interpelada pelos policiais militares por cerca de 20 minutos.

Os agentes teriam afirmado que a atividade proposta pelo colégio configurava ‘ensino religioso’ e que a criança estava sendo obrigada a acessar o conteúdo de uma religião diferente da de sua família.

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Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que a PM irá apurar a conduta dos policiais envolvidos no episódio, inclusive por meio da análise das imagens das câmeras corporais dos agentes.

Também em nota, a Secretaria Municipal da Educação destacou que o pai da estudante “recebeu esclarecimento de que o trabalho apresentado por sua filha integra uma produção coletiva da sala. A atividade faz parte das propostas pedagógicas da escola, que tornam obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena no Currículo da Cidade de São Paulo”.

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