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A Polícia Federal afirma ter reunido fortes evidências de que alvos da Operação Tank, que mirou o sistema de lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital), foram avisados antecipadamente sobre a ação deflagrada em 28 de agosto. As informações são da Folha de S. Paulo.
O relatório parcial da investigação, concluído pela Superintendência do Paraná na última sexta-feira (26), cita trocas de mensagens interceptadas em celulares apreendidos, além da movimentação suspeita de investigados que deixaram suas residências na véspera.
Por conta dos indícios de obstrução, 12 pessoas foram indiciadas não só por lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira, mas também por atrapalhar a investigação. Oito estão foragidos e tiveram seus nomes incluídos na lista de difusão vermelha da Interpol.
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Conversas e “kit fuga”
Uma das trocas de mensagens destacadas pela PF ocorreu em 26 de agosto entre Thiago Ramos e Gerson Lemes, apontados como operadores do esquema. Nos diálogos, eles discutem a troca de celulares, alternativas de hospedagem e a saída às pressas de casa. Thiago chegou a enviar a foto de uma mala a Gerson, que a polícia descreve como “kit fuga”.
Para os investigadores, os elementos reforçam a hipótese de que os suspeitos retiraram celulares, documentos e equipamentos antes das buscas, deixando imóveis esvaziados de provas relevantes.
Operadores financeiros
Thiago Ramos e Gerson Lemes são descritos como articuladores da rede de lavagem de dinheiro e fraude fiscal, com uso de empresas de fachada e laranjas para movimentar valores milionários.
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Outros nomes citados incluem Rafael Gineste, acusado de gerenciar contas de terceiros e criar empresas fictícias, e João Chaves Melchior, apontado como responsável por planilhas e repasses internos do grupo.
A PF relata ainda que Gineste tentou se desfazer de seu celular no mar, enquanto Melchior teria arremessado o aparelho no terreno vizinho, durante a abordagem. Ambos negam. A defesa de Gineste afirmou que ele foi localizado em sua própria embarcação e que os celulares foram entregues às autoridades, sem tentativa de ocultação.
Outro suspeito, Roberto Augusto Leme, conhecido como “Beto Louco” e considerado colíder do esquema, não foi encontrado em casa. Funcionárias afirmaram que ele estava na residência até o dia anterior à operação, mas desapareceu antes da chegada da PF. No local, agentes encontraram apenas caixas vazias de relógios Rolex e uma xícara de café recente.
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Possível vazamento
O relatório também cita a informação de um servidor da Receita Federal de que parte da operação teria vazado no interior do Paraná, hipótese que a PF pretende investigar em inquéritos paralelos.
O diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, já havia admitido a necessidade de apurar as circunstâncias: “Há 14 mandados de prisão e só seis foram cumpridos. Não é uma estatística normal”.
A Operação Tank ocorreu no mesmo dia da Operação Carbono, do Ministério Público de São Paulo, em ação coordenada contra o braço financeiro do PCC.