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Usuária intensiva de soluções via satélite, a Petrobras aponta ser possível – mas também complexo – o emprego de soluções de conectividade baseadas nas diferentes órbitas terrestres: geoestacionária (GEO), média (MEO) e baixa (LEO).
A trajetória multi-órbita da estatal foi abordada nesta quarta-feira, 8, durante o Congresso Latinoamericano de Satélites, realizado no Rio de Janeiro. "A conectividade multi-órbita tem revolucionado a forma como operamos, mas não é só ligar na tomada", resumiu Maximilliam Nunes Starling Vieira, consultor sênior de conectividade da Petrobras.
A gigante pode ser considerada uma veterana no assunto; usuária antiga das tradicionais soluções GEO em plataformas offshore, a Petrobras passou a utilizar conectividade baseada na órbita MEO entre 2017 e 2018. Em 2023, uma nova peça foi adicionada à equação, com o início da contratação de serviços LEO, baseados na baixa órbita terrestre.
"O desafio é gerenciar", apontou Maximilliam, fazendo uma analogia com uma estrada: "Eventualmente alguma pista fica bloqueada, e então precisamos de um 'Waze' para nos levar pelas múltiplas rotas", afirmou, em referência ao popular aplicativo de navegação e trânsito.
Essa orquestração é realizada a partir de uma camada de software, considerada pela Petrobras o "cérebro" que garante a conexão adequada em cada momento. A petroleira relata que há unidades atendidas por dois sistemas LEO distintos, além de serviços MEO e GEO: quando um deles fica intermitente, o sinal é distribuído, respeitando características exigidas por cada aplicação.
Maximilliam relata que as soluções LEO trouxeram "vantagens gigantes de peso e espaço", permitindo a substituição de antenas de uma tonelada por novas, consideravelmente mais leves. Há, porém, desafios – como "enxergar os arcos" de cobertura das frotas de satélites. "Quanto menor a constelação, maior a dificuldade de enxergar os arcos", apontou.
As plataformas da Petrobras são intensivas em uso de dados, com demanda de banda que cresce cerca de 24% ao ano. Além dos satélites, redes de fibra e móveis são utilizadas para suportar aplicações de automação, colaboração e outras atividades da estatal – que também está massificando o uso de Internet das Coisas (IoT) industrial.