Pedro Bial revela que família cogitou suicídio assistido para a mãe: “Não tinha mais prazer”; assista Pedro Bial revela que família cogitou suicídio assistido para mãe e explica motivo; assista (Foto: Globo/ Estevam Avellar)

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Pedro Bial contou que chegou a discutir com a família a possibilidade de levar a mãe, a psicanalista Susanne Bial, para um suicídio assistido na Suíça. Em entrevista ao videocast “Conversa vai, conversa vem”, do GLOBO, divulgado nesta segunda-feira (25), o jornalista explicou que viveu o processo de despedida dela enquanto escrevia seu novo

Pedro Bial revelou que chegou a conversar com a família sobre a possibilidade de levar a mãe, a psicanalista Susanne Bial, para um suicídio assisto na Suíça. O jornalista falou sobre o assunto com a repórter Maria Fortuna no “Conversa vai, conversa vem”, videocast do O Globo, divulgado nesta terça-feira (25).

Bial confessou que ao escrever o seu novo livro, “Isabel do vôlei da vida: a onda mais alta de Ipanema”, sobre a atleta carioca morta de repente em 2022, ele viveu o processo de morte da própria mãe. “A morte da Isabel será para sempre recente, porque foi precoce. Mas eu vivia o processo de morte de minha mãe ao mesmo tempo. Morreu em julho com 101 anos. Fez 101 anos no dia 3 e morreu no dia 4”, disse ele.

“Mas já vinha pedindo para ir. Estava conversando sobre isso com ela, buscamos maneiras de abreviar. O Brasil tem essa lei defasada com relação à modernidade… Agora, o Uruguai já deu um passo, como sempre à frente do resto da América Latina”, afirmou.

O escritor ainda contou que sua mãe chegou a pedir ajuda para morrer. “Ela não tinha mais prazer nenhum. Adorava ler e não conseguia mais. A vida dela eram as indignidades da decrepitude. Ficar sendo mantida viva… A gente pensou em fazer um suicídio assistido na Suíça. Por um motivo ou outro isso não se deu”, explicou.

Pedro Bial junto com a mãe, Susanne Bial (Foto: Agnews)

Em seguida, ele contou qual foi a atitude da família diante da situação: “Fomos cuidar dos paliativos, que é o jeito de deixar uma pessoa morrer dignamente. Ela era uma fortaleza. Nos paliativos, teve uma pneumonia. Pensamos: “Não vamos dar antibiótico, nada. Se for a pneumonia, vai levar”. Ficou boa. Falei para ela: “Você só batendo a tiros”. Isso é um outro livro…”.

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“Mas tudo isso me levou a ter a clareza de que todos nós, com os recursos que a medicina contemporânea nos dá, a vida estendida que se promete, vamos nos defrontar com essa questão. Como a gente quer morrer? Não é mais algo abstrato. Quero viver muito tempo, mas como? Chega uma hora que é muito indigno ser mantido vivo e já não ter prazer nenhum. E claro que mesmo com um desejo de ir embora, dá um medo danado. Mesmo que não seja o medo da morte, como diz o (Gilberto) Gil, o medo de morrer. Porque morrer ainda é aqui”, concluiu.

Assista ao vídeo completo abaixo:

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