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O acordo entre Flamengo e Betano, que se tornou o maior patrocínio máster do futebol brasileiro, gerou um efeito dominó no mercado.
Convidado do CNN Esportes S/A deste domingo (28), Fábio Wolff, CEO da Wolff Sports & Marketing, explicou como a negociação abriu espaço para novos movimentos entre os clubes.
Para o especialista em marketing esportivo, o contrato passou a ser referência imediata para os rivais.
No momento em que Flamengo e Betano fecham um contrato gigante, esse passa a ser um benchmark e uma referência para clubes.
Clubes como Internacional, Grêmio e Botafogo haviam celebrado recentemente os maiores acordos de suas histórias.
"É importante dizer que esses contratos são os maiores contratos que os grandes clubes do Brasil fizeram. É o maior contrato do Inter, é o maior contrato do Grêmio, é o maior contrato do Botafogo. Dizer que os clubes não estão satisfeitos seria uma hipocrisia", afirmou.
O novo contrato do Flamengo, no entanto, mudou a percepção sobre esses valores.
O especialista aponta que esse cenário pode levar a novas conversas com patrocinadores.
Revisão de contratos?
De acordo com o CEO, o movimento no mercado dependerá de cláusulas de rescisão e do interesse de empresas estrangeiras em investir no país após a regulamentação das apostas esportivas.
"O que vai dizer se esses contratos dos grandes clubes vão se movimentar, vão se mexer para cima, são as cláusulas contratuais do contrato e se algumas empresas estrangeiras - que estavam esperando a regulamentação que entrou em vigor em janeiro desse ano - vão entrar no mercado com apetite de pagar a multa, a cláusula de rescisão e firmar contratos maiores com esses clubes. Se não, o contrato vigente tem que ser cumprido", explicou.
Todavia, mesmo com contratos sólidos, Wolff defende ser inegável que a negociação reacendeu discussões no mercado.
O movimento, segundo o especialista, já faz os clubes se aproximarem dos parceiros comerciais.
O que é possível dizer é que, com esse negócio selado (Flamengo e Betano), alguns clubes que tinham contratos gigantescos - os seus respectivos maiores contratos da história -, estão convidando os seus contratantes, os seus parceiros, para ao menos tomar um café. Agora, o que desse café vai sair é difícil dizer, porque são contratos que os clubes estão muito satisfeitos com o que foi assinado.
Flamengo não joga sozinho
O especialista lembra que a postura do clube influencia todo o ecossistema do futebol.
"O Flamengo precisa, obviamente, pensar nos interesses dele, mas tem que entender que não joga um campeonato sozinho. Ele joga um campeonato com outros clubes", ressaltou.
Na avaliação dele, o desafio é equilibrar ganhos individuais com os impactos coletivos.
Então, ao mesmo tempo que tem que pensar no individual, também tem que pensar no coletivo, porque senão cria-se uma discrepância absoluta no futebol brasileiro, que gera desinteresse e não é saudável para o futebol.
CNN Esportes S/A
Com Fábio Wolff, CEO da Wolff Sports & Marketing, o CNN Esportes S/A chega à 110ª edição. Apresentado por João Vitor Xavier, o programa aborda os bastidores de um mercado que movimenta bilhões e é um dos mais lucrativos do mundo: o esporte.
Em pauta, os assuntos mais quentes da indústria do mundo da bola, na perspectiva de economia e negócios.