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A Vivo vem trabalhando no amadurecimento de seus projetos de redes privativas desde pelo menos 2019, quando a primeira grande vitrine da empresa começou a se tornar realidade: a rede privativa da mineradora Vale. Foi o primeiro projeto em que a Vivo se colocou como integradora turn-key para uma empresa parceira, com um modelo que envolvia o uso da rede pública (como sempre fizeram as empresas de telecomunicações) mas também com uma rede dedicada ao cliente.
Segundo Karina Baccaro, diretora de marketing e operações B2B da Vivo, o que começou há seis anos com um primeiro grande projeto de "implantar a integração dos caminhões autônomos, perfuratrizes e tudo que envolvia duas das grandes plantas de mineração da Vale, que é Carajás, Brucutu, se expandiu de tal forma que além do core de rede em 16 localidades das plantas de mineração, passamos a implementar rede privativa em 980 km de ferrovias que ligam Carajás a São Luís/MA e agora vamos para a automação dos portos da Vale", diz a executiva.
Ou seja, o que era um projeto pontual de automação de uma mina se tornou um projeto de automação de vários dos elementos da cadeia produtiva da Vale.
Cartão de visita
"É de uma complexidade enorme, porque as áreas de exploração das minas mudam o tempo todo, são áreas imensas, e com níveis de criticidade e segurança superelevados. Imagina o que é entregar uma rede que conecta os caminhões autônomos?", exemplifica.
Segundo Karina Baccaro, o projeto da Vale foi um cartão de visita que abriu as portas para outros projetos de grande complexidade em redes privativas, como a Petrobrás, com integração de várias tecnologias de conectividade, on-shore e off-shore, centro de gerenciamento (NOC)… "Tem que ter um monitoramento permanente, alarmes para falhas, retroalimentação de dados"…
Ela reconhece que oferecer aos clientes um projeto de rede privativa não é algo típico do DNA de uma operadora de rede pública. "Mas a gente sempre entendeu que esse modelo era inevitável e abraçamos desde o começo junto aos fornecedores. Agora, com o 5G, ainda entra o slicing da nossa rede pública, que pode ser integrado aos projetos também", diz ela.
Sabesp: um projeto emblemático
Mas talvez o projeto mais complexo da Vivo ainda esteja para ser implementado. Trata-se do contrato com a Sabesp, que é o maior contrato mundial já firmado com uma utility no setor de saneamento. Serão nada menos do que 4,4 milhões de hidrômetros em todo o Estado de São Paulo (começando pela Capital e por São José dos Campos) substituídos por modelos conectados à rede NB-IoT da Vivo.
A operadora foi quem desenvolveu o projeto, convenceu a Sabesp a fazer um projeto centralizado, buscou os fabricantes de equipamentos que pudessem desenvolver os hidrômetros conectados (com bateria para funcionar 10 anos, telemetria e válvula de acionamento com acionamento remoto). "Levamos eles para nosso laboratório em Madri, mostramos um projeto que tínhamos como referência, no Canal Isabel, e convencemos eles que seria possível. Mas o projeto do Brasil tem uma outra dimensão, muito maior", diz a executiva.
A Vivo vai fazer não só a operação e monitoramento da rede, como coordenará toda a logística de instalação junto aos parceiros da Sabesp que já fazem o trabalho de manutenção dos hidrômetros convencionais e que serão capacitados pela Vivo para a nova tecnologia. "Aí agregamos a nossa experiência de gestão de equipe em campo, quando a gente vai instalar a fibra na casa de alguém. A diferença é que instalaremos um hidrômetro digital, com todas as especificidades desse tipo de serviço", diz ela. Um dos desafios é o prazo: apenas 3 anos.
Nesse caso, não se pode falar em uma rede privativa pura porque a Vivo, obviamente, usará a sua rede móvel pública 4G para criar a rede NB-IoT à qual serão conectados os hidrômetros. "Onde não houver cobertura, a gente complementa, mas cada hidrômetro estará conectado o tempo todo". Segundo ela, a capilaridade do projeto é o grande desafio, porque são milhões de domicílios de todos os tipos, condomínios com gestão de água específicas, bairros com situações socio-econômicas e urbanísticas bastante diferentes.
Potencial transformador
Segundo ela, os benefícios para a Sabesp são muitos: da medição do consumo à detecção de vazamentos na rede, passando pela possibilidade de modernização das redes em condomínios, com a individualização da medição. "É um típico caso em que a transformação digital poderá mostrar todo o seu potencial. Do ponto de vista da tecnologia é uma referência de sustentabilidade para o mundo"
"Esse é sem dúvida o nosso projeto mais desafiador e mais inovador até aqui. Quando ele foi anunciado, várias outras empresas utilities nos procuraram e ele certamente será uma referência, tanto que replicamos nosso laboratório de Madri em São Paulo", diz Karina.
"Os nossos projetos mostram um grau cada vez mais elevado de maturidade e complexidade. Nossa opção é sempre pela entrega turn-key. Queremos fazer o projeto ponta a ponta", diz ela.
Karina destaca ainda que o segmento de pequenas e medias empresas também tem recebido uma atenção especial com projetos cada vez mais completos, ainda que nesse caso a solução não seja tão customizada, pela própria natureza do negócio. A Vivo atende a mais de 1,5 milhão de CNPJs, diz Karina, o que mostra a importância e o peso do segmento de PMEs.
Com tudo isso, a vertical de serviços digitais no B2B da empresa cresce e já representa 8,2% do segmento (que fatura quase R$ 5 bilhões ao ano), e um crescimento de 30% ao ano.