Ouro bate os US$ 4 mil pela primeira vez na história, com shutdown nos EUA

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O ouro atingiu nova máxima histórica, aos US$ 4.000 por onça, impulsionado pela expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos e pela prolongada paralisação do governo federal, que tem aumentado a demanda pelo metal. Após alta na sessão de segunda-feira, o metal segue em trajetória ascendente e avança 0,60%, cotado a US$ 4.000,10, às 10h05 (horário de Brasília).

Na segunda-feira, o preço avançou até 2,2%, chegando a US$ 3.970 por onça na abertura da semana. O rali, que já dura sete semanas consecutivas, fez o ouro acumular alta superior a 50% no ano. Os fundos negociados em bolsa (ETFs) lastreados em ouro voltaram a registrar forte entrada de recursos na semana passada.

A paralisação do governo americano atrasou a divulgação de dados econômicos, deixando o cenário ainda mais incerto. Sem indicadores oficiais, investidores dependem de relatórios privados, enquanto o Federal Reserve enfrenta dificuldades para avaliar as condições da economia. O mercado continua precificando um corte de 0,25 ponto percentual nos juros neste mês, o que tende a favorecer o ouro, já que o metal não paga rendimento.

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Operadores de opções seguem apostando em novas altas e ampliaram posições compradas no ETF SPDR Gold Shares. Um investidor vendeu opções de compra a US$ 355, adquiridas no fim de setembro — quando o ouro valia mais de 5% menos —, e comprou calls de US$ 370 equivalentes a mais de 26 milhões de ações, apostando em ganho adicional de 1,8% até o fim da próxima semana.

O ouro vem subindo ao longo de 2025 impulsionado por compras de bancos centrais, que buscam diversificação em relação ao dólar. As incertezas econômicas e geopolíticas durante o governo Trump, somadas aos cortes de juros do Fed, reforçaram o movimento. Investidores têm migrado para ouro, prata e Bitcoin, em uma tendência apelidada de “debasement trade”, alimentada pelo receio em relação às moedas fiduciárias.

O fluxo de investidores individuais para ETFs de ouro sustentou a nova etapa da alta, com o volume total de posições registrando em setembro o maior avanço em mais de três anos. A tendência se manteve nos primeiros dias de outubro.

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Os fluxos foram “simplesmente notáveis”, disse Priyanka Sachdeva, analista da Phillip Nova Pte.. Isso mostra “como a mentalidade de comprar o ouro nas quedas está profundamente enraizada”, afirmou.

Às 13h19 em Nova York, o ouro subia 1,8%, a US$ 3.956,45. O Bloomberg Dollar Spot Index avançava 0,3%. Prata, platina e paládio também registraram alta.

“O cenário segue favorável, com o Fed no caminho de novos cortes de juros e o mercado de trabalho enfraquecendo”, disse Ahmad Assiri, analista da Pepperstone Group Ltd.. “Mas a relação entre risco e retorno parece estar mudando, e uma correção tática seria vista como uma fase saudável dentro de um rali prolongado.”

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(com Bloomberg)

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