“Os interesses do povo devem estar acima de qualquer projeto partidário”, diz ministro Celso Sabino após ‘fico’ no Ministério do Turismo

há 1 dia 2
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O ministro do Turismo, Celso Sabino, confirmou nesta quarta-feira (8) que vai permanecer no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo sendo alvo de um processo disciplinar no União Brasil, que pode resultar em sua expulsão. O deputado licenciado não cedeu a pressão do partido e quer seguir projeto do governo, sobretudo por conta da COP30, que ocorrerá em novembro, em sua cidade natal, Belém.

A cúpula do partido se reuniu nesta quarta-feira em Brasília para discutir o caso do ministro, eleito deputado federal pelo Pará em 2022. O União Brasil havia decidido se retirar formalmente do governo em setembro, determinando que seus filiados deixassem os cargos ocupados na administração federal. Sabino chegou a comunicar sua saída a Lula, mas voltou atrás. O partido, então, abriu um processo interno sob alegação de infidelidade partidária.

Antes da reunião, Sabino declarou aos jornalistas que apresentou pessoalmente sua defesa.

“Vim aqui hoje pessoalmente apresentar minha defesa nesse processo, que não acho que é um processo justo, não acho que é um processo que seguiu o rito normal. Acredito que o partido tomou decisões equivocadas, açodadas, mas que há tempo, ainda, de buscarmos o diálogo”, afirmou.

Natural do Pará, Sabino é apontado como possível candidato ao Senado em 2026 e conta com apoio de Lula no estado. Ele afirmou que pretende continuar no cargo, especialmente durante a realização da COP30, que ocorrerá em Belém, em novembro.

“Tenho a confiança do presidente Lula e pretendo continuar desenvolvendo os trabalhos que venho fazendo no Ministério do Turismo. Tenho apoio de boa parte da bancada, a gente tem trabalhado com diálogo, buscando, junto à administração do partido, esse entendimento. Acho que é possível, ainda, o diálogo. Vamos até o último minuto”, disse.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), pré-candidato à Presidência, é um dos principais defensores da punição ao ministro. Ele tem reforçado a linha de oposição do partido ao governo federal.

“Como ele quer ficar no governo, num partido que faz oposição, e manter as regalias do partido? Ele não pode fazer do seu projeto pessoal algo acima das regras partidárias. A Executiva do partido já deliberou sobre o assunto. Não dá para ser soldado de Lula e do União Brasil”, declarou.

Caiado defendeu que o caso seja usado como exemplo dentro do partido. Ele classificou a permanência de Sabino no governo como uma “imoralidade ímpar” e defendeu medidas disciplinares rígidas contra filiados que continuarem em cargos federais.

O ministro declarou que sua permanência está ligada à avaliação de que Lula conduz “o melhor projeto para o Brasil”, destacando resultados obtidos pelo governo em diversas áreas.

“Fico no Ministério, ao lado do presidente Lula, também por entender que é o melhor projeto para o Brasil. Um partido político precisa estar antenado com o que o povo quer. Os interesses do bem do povo, dos projetos que vão trazer benefícios para a sociedade brasileira, devem estar acima de qualquer projeto eleitoral, de qualquer projeto pessoal ou de qualquer projeto partidário”, resumiu.

Apesar de ter anunciado anteriormente que deixaria o cargo, Sabino reafirmou que permanecerá no Ministério do Turismo, citando que tem apoio da bancada e que irá dialogar dentro do partido.

“Fico. Tenho a confiança do presidente Lula e pretendo continuar desenvolvendo os trabalhos que venho fazendo no Ministério do Turismo. Tenho apoio de boa parte da bancada, e seguimos dialogando para buscar entendimento dentro do partido”, reforçou.

O ministro publicou uma nota oficial em suas redes sociais, reafirmando a permanência no governo e o compromisso com o turismo e com o estado do Pará:

“EU FICO! Pelo bem do turismo brasileiro, mas especialmente pelo bem do povo do Pará, eu fico no governo ao lado do presidente Lula, para dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito em todo o país. Mesmo diante de todas as pressões do meu partido, o União Brasil, não tenho dúvidas que por todos os projetos em execução, inclusive a realização da COP30 na Amazônia, o melhor é ficar ao lado dos interesses do povo brasileiro e do povo paraense. Acredito que devemos beneficiar a coletividade, e nossas decisões devem estar acima dos interesses de qualquer projeto eleitoral, de qualquer projeto pessoal ou de qualquer projeto partidário. Minha posição é de defender sempre o que for melhor para o estado do Pará e para o Brasil. Mantenho-me assim: fiel aos meus princípios e ao povo que me elegeu.”

Na última semana, Sabino acompanhou Lula em viagem ao Pará para compromissos relacionados à COP30. Durante o evento, ele reforçou seu vínculo com o estado e com o governo federal:

“Nada, nenhum partido político, cargo ou ambição pessoal vai me afastar desse povo que eu amo e do estado do Pará. Conte comigo para lhe apoiar e para segurar na sua mão, pois reconheço o seu trabalho e tudo que fez pelo Brasil.”

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