OPINIÃO: Primeiro tempo da seleção reforça convicções de Ancelotti

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Estêvão e Casemiro marcam, e Brasil vence Senegal em amistoso; VEJA como foi (0:35)

Foi a quarta vitória de Ancelotti no comando da seleção brasileira (0:35)

  • André Kfouri, colunista do ESPN.com.br

15 de nov, 2025, 16:26

A relação entre a escalação inicial da seleção brasileira e a opinião de Carlo Ancelotti sobre o poderio do adversário segue óbvia: oponentes inferiores tecnicamente são brindados com o sistema de dois volantes e quatro atacantes com o qual o Brasil pretende ser avassalador. Neste sábado (15), na vitória por 2 a 0 sobre Senegal, a ideia funcionou de início como poucas vezes sob o comando do italiano. A meta de Mendy esteve sob risco com frequência assustadora nos primeiros minutos, com duas finalizações na trave de Matheus Cunha.

A tarefa dos homens de frente é confundir e ameaçar, numa coreografia de trocas de posições que parte de uma organização determinada e permite que a intuição de cada um e o entendimento entre todos mantenha o sistema defensivo adversário em dúvida permanente. É inevitável que espaços sejam criados e/ou aproveitados pela soma das virtudes e dos erros, ou que surjam mesmo quando a intenção era diferente. Foi o que se deu no movimento do primeiro gol, quando o passe de Casemiro buscava Bruno Guimarães por dentro da defesa senegalesa, mas um desvio ofereceu a bola ao pé esquerdo de Estêvão no canto da área. O chute para o gol foi fácil como acontece nos treinamentos que dispensam a presença de defensores.

Interessante notar a aparição próxima à área não de um, mas de ambos os jogadores cuja responsabilidade é proteger. Casemiro e Bruno Guimarães são provavelmente as duas peças com as quais a formação titular do Brasil começa, antes mesmo do goleiro. Eles têm trabalhado com formidável sintonia tanto no momento sem a bola quanto na articulação ofensiva, com assistências e gols. Casemiro dobrou a contagem atuando como atacante em cobrança de falta de Estêvão. Posicionou-se com inteligência no limite da altura do impedimento, dominou e chutou no canto. Foi o segundo gol, mas poderia ter sido o quarto em um primeiro tempo dominante da seleção num jogo em que a temperatura ultrapassou o que se espera de um amistoso.

Ancelotti manteve o time inalterado na volta do intervalo, provavelmente para dar padrão e observar a equipe jogando em vantagem, o que, se as coisas andarem bem, será frequente. Aos 15 minutos, porém, enviou substitutos ao aquecimento. O amistoso com o Japão tomou um rumo desagradável quando as mexidas aconteceram, lição que não precisa ser repetida. Wesley substituiu Gabriel Magalhães e João Pedro entrou no lugar de Matheus Cunha (ótima atuação), com a missão de recuperar a intensidade da seleção, claramente em uma marcha abaixo no segundo tempo. Já no trecho final, quando o Brasil tinha controle e um certo volume, mas não conseguia concluir as jogadas como deveria, Ancelotti chamou Luiz Henrique (Estêvão) e Lucas Paquetá (Rodrygo). Fabrício Bruno (Vini Jr) e Caio Henrique (Alex Sandro) nem suaram o uniforme nos últimos minutos.

O primeiro tempo deixou uma impressão muito positiva, pela forma como a seleção brasileira dominou, a seu modo atual, um adversário que deveria ter oferecido um pouco mais de resistência e não pôde evitar o encerramento de sua série invicta. Para Ancelotti, foi uma noite de reforço de convicções em relação ao sistema e seus melhores intérpretes.

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