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Os Estados Unidos abriram um novo capítulo na escalada militar contra o que a Casa Branca chama de “narcoterrorismo” na América Latina.
Nesta quinta-feira (13), o secretário de Defesa — agora tratado oficialmente pelo governo Trump como “secretário de Guerra” — Pete Hegseth anunciou a operação Lança do Sul (Southern Spear), que mobiliza o Comando Sul e uma força-tarefa destinada a atingir organizações envolvidas no tráfico internacional.
Hegseth afirmou, nas redes sociais, que a ação busca “remover narcoterroristas de nosso hemisfério” e “proteger nossa terra das drogas que estão matando nosso povo”. Os EUA classificam o hemisfério ocidental como sua “vizinhança estratégica”, justificando a ampliação do aparato militar na região.
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Embora o governo não tenha detalhado onde e como a operação será executada, fontes ouvidas pela CBS afirmam que opções de bombardeios em território venezuelano foram apresentadas a Donald Trump na quarta-feira (12).
O encontro teria contado com Hegseth e o general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto. Até o momento, nenhuma ordem formal de ataque foi anunciada.
Mobilização militar
A operação ocorre após semanas de reforço no posicionamento militar americano. Os EUA já realizaram 20 ataques a embarcações suspeitas de tráfico, sobretudo no Caribe, deixando 80 mortos, segundo a CNN.
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Na terça-feira (11), o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior navio de guerra do mundo, chegou à zona operacional do Comando Sul. Ele se juntou a outras embarcações militares, um submarino nuclear e caças F-35 que têm circulado pela região.
O movimento é descrito por especialistas como o maior deslocamento naval dos EUA no Caribe em décadas.
Pressão sobre a Venezuela
Trump voltou a acusar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de chefiar redes internacionais de narcotráfico, o que Maduro nega. Na terça, Caracas respondeu anunciando uma mobilização militar nacional, alegando que Washington estaria “fabricando uma guerra” contra o país.
A retórica inflamou rumores sobre um possível ataque terrestre, que Trump não descartou em entrevista recente à CBS: “Não vou dizer o que vou fazer com a Venezuela.”
A Colômbia também entrou no centro da crise. Após Trump chamar Gustavo Petro de “bandido e cara mau”, o presidente colombiano ordenou a suspensão do compartilhamento de inteligência com os EUA até que os ataques contra barcos no Caribe cessem.
Petro escreveu que o combate ao narcotráfico “deve ser subordinado aos direitos humanos do povo caribenho”.
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Repercussão no Brasil
A deterioração do cenário regional já vinha sendo monitorada pelo governo brasileiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva levou o tema a discussões bilaterais e fóruns internacionais, citando os riscos de instabilidade sul-americana diante da ampliação da presença militar dos EUA.
A Operação Lança do Sul marca um novo estágio dessa disputa geopolítica que, pela primeira vez em anos, reacende o temor de confrontos diretos no Caribe e na fronteira venezuelana.

há 1 semana
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