O que se sabe até agora sobre a intoxicação por metanol em bebidas em São Paulo

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O governo de São Paulo confirmou nesta terça-feira (30) que cinco pessoas morreram em decorrência de intoxicação por metanol no estado. A atualização foi feita pelo secretário da Saúde, Eleuses Paiva, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.

Segundo Paiva, já foram contabilizados 22 casos de intoxicação, sendo sete confirmados e 15 ainda em investigação. Das cinco mortes registradas até agora, apenas uma foi confirmada oficialmente como decorrente da ingestão de bebida alcoólica adulterada.

Como ocorreu a contaminação

Segundo as autoridades, falsificadores “batizavam” bebidas alcoólicas de marcas conhecidas — como gin e vodca — com metanol, substância altamente tóxica e de difícil detecção. A origem da adulteração ainda não foi identificada, mas bares e adegas de diferentes regiões da capital já estão sob investigação.

Na segunda-feira (29), uma força-tarefa com policiais e agentes das vigilâncias sanitária estadual e municipal apreendeu 117 garrafas de destilados sem rótulo em três bares da capital, localizados nos Jardins, Mooca e Zona Oeste.

O metanol (CH₃OH) é um álcool simples, incolor, inflamável e com odor semelhante ao da bebida comum, mas que pode causar náusea, tontura, convulsões, cegueira e até morte mesmo em pequenas doses.

Apesar dos riscos, tem amplo uso industrial, sendo matéria-prima para plásticos, solventes, tintas, anticongelantes e, no Brasil, para a produção de biodiesel.

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Possível ligação com combustíveis adulterados

A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) levantou a hipótese de que o metanol encontrado nas bebidas falsificadas seja o mesmo importado ilegalmente por organizações criminosas para adulterar combustíveis. Em agosto, uma megaoperação revelou que postos de gasolina no estado chegaram a vender produtos com até 90% de metanol, quando a ANP permite apenas 0,5%.

O governador Tarcísio de Freitas, porém, descartou a participação direta do PCC em esquema de venda de bebidas alcoólicas adulteradas. Segundo ele, investigações ainda buscam identificar os responsáveis pela contaminação.

Segundo o governo paulista, bares e adegas que comercializaram bebidas suspeitas serão fechados cautelarmente até que seja possível rastrear a origem dos produtos.

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“Estamos diante de um caso gravíssimo de saúde pública. O trabalho agora é impedir que novas garrafas adulteradas continuem circulando”, disse o secretário Eleuses Paiva.

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