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MILPITAS, CALIFÓRNIA* – O processo de entrega de mercadorias tem se tornado uma verdadeira batalha entre varejistas. Além de fatores como menor preço e frete grátis, a entrega rápida é um critério decisivo para o cliente. Todos querem receber o produto o mais rápido possível — e as empresas estão correndo atrás disso.
Pelo menos, essa é a visão da Amazon sobre a “guerra do delivery”. “Entendemos que quanto mais rápido entregarmos, mais o cliente compra. Investimos fortemente na entrega em um dia ou até no mesmo dia em algumas cidades, pois estamos acompanhando uma tendência lançada pelo consumidor”, afirma Sarah Mathew, vice-presidente de experiência de entrega da Amazon, durante o evento Delivering The Future, em Milpitas, Califórnia. No Brasil, a entrega no mesmo dia já está disponível para membros Prime em 170 cidades.
Na prática, o investimento está muito ligado à inteligência artificial e à automatização de processos nas fábricas ao redor do mundo. O tema e a empresa americana estão em evidência, especialmente após o The New York Times revelar que a Amazon planeja automatizar 75% da operação e substituir 500 mil empregos com essa ação.
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Em nota, a empresa afirma que está desenvolvendo aplicações de IA que “tornam a vida dos clientes melhor e mais fácil” e que, a partir disso, busca “resolver problemas práticos — facilitando a busca por bens e serviços, reduzindo custos e alcançando tempos de entrega mais rápidos ao redor do mundo.”
Mas e os profissionais que hoje atuam na operação? E, indo além, como a IA pode impactar as funções humanas? A discussão não é nova, mas ainda não tem resposta definitiva e divide opiniões.
Do lado da Amazon, Aaron Parness, líder da Amazon Robotics, afirma que, ao longo do tempo, o que se observa é que a natureza do trabalho muda, mas não há perdas massivas de empregos ou demissões em massa.
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O melhor exemplo, segundo ele, é a aquisição da Kiva, empresa de robôs para movimentação de carga em armazéns. A Amazon comprou essa companhia há mais de 10 anos e adicionou mais de um milhão de robôs desse tipo em suas operações ao redor do mundo.
“Enquanto fazíamos isso, continuamos sendo o maior empregador privado dos EUA. Eu acredito que, com a IA e a manipulação robótica, veremos movimentações parecidas. A natureza do trabalho vai mudar porque não será mais necessário que uma pessoa pegue item por item de centenas de produtos nas diversas prateleiras e organize isso — os movimentos repetitivos provavelmente serão extintos, e isso é algo positivo”, avalia.
No entanto, essa mudança exige adaptações dos funcionários — já que, segundo o executivo, eles não serão demitidos.
“Essas pessoas podem ser realocadas para funções de maior valor agregado dentro da mesma empresa. A Amazon provavelmente é líder em realocar funcionários nessas circunstâncias. Fazemos isso, primeiro, porque nos ajuda na retenção de talentos; e segundo, porque realmente precisamos desses empregos para manter a companhia funcionando. A melhor maneira de suprir demandas na engenharia, coordenação de áreas, entre outras, é fazendo ‘upskilling‘ da força de trabalho”, explica Parness em entrevista a um grupo de jornalistas durante o evento na Califórnia.
Questionado pela reportagem, ele pondera que é verdade que essa realocação não é para todos, nem para todas as empresas. Com grandes mudanças tecnológicas, pode ocorrer o chamado “displacement”, que é a substituição de trabalhadores por robôs, além da transformação da forma de trabalho em alguns casos.
“Mas para os profissionais que querem crescer na carreira e desenvolver novas habilidades nessa direção, empresas como a Amazon estarão prontas para oferecer esse tipo de oportunidade. Vamos pagar o funcionário para aprender o que precisa e ganhar mais com isso em uma nova função”, avalia.
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A Amazon investe em IA há mais de 25 anos. A tecnologia está presente desde recomendações personalizadas, análise de avaliações de produtos e enriquecimento de catálogos, até previsão de demanda e planejamento operacional eficiente.
Atualmente, a IA influencia aproximadamente 75% dos pedidos entregues globalmente pela empresa. Mesmo assim, no Brasil, a Amazon dobrou sua geração de empregos, passando de 18 mil para 36 mil postos diretos e indiretos entre 2024 e 2025. Sobre a substituição dos 500 mil empregos nos próximos anos: teremos que esperar para ver.
*A jornalista viajou a convite da Amazon

há 5 horas
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