Nova imagem de satélite mostra furacão Melissa chegando ao Caribe

há 18 horas 2
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Já considerado a maior tempestade vista esse ano e uma das maiores registradas em todo o Atlântico, o furacão Melissa avança pelo Mar do Caribe em direção à Jamaica. Classificado como de categoria 5 – a maior na escala Saffir-Simpson – e com ventos de quase 300 km/h, ele ganhou força nas últimas horas, e tem potencial de causar danos catastróficos na região.

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Em comunicado da Agência Espacial Europeia (ESA), foi divulgada uma imagem inédita de satélite mostrando o topo do furacão em sua passagem pelo oceano, próximo a outros países como Cuba, Haiti e República Dominicana.

O registro, feito pela missão Copernicus Sentinel-3 em 26 de outubro, destaca a “temperatura de brilho” do furacão Melissa, ou seja, as regiões mais frias ou mais quentes da tempestade. Confira a imagem:

 Copernicus Data/ESA A sobreposição das imagens de satélite permite observar a aproximação da forte tempestade de diferentes países do Caribe — Foto: Copernicus Data/ESA

Tempestade se aproxima no Caribe

No caso do Melissa, as nuvens muito acima do oceano variam de -75 °C próximas ao olho do furacão e aproximadamente -25 °C nas bordas. Isso é bem mais frio que o oceano ao redor da tempestade, que fica em torno de 25 ºC.

As imagens de satélite desses eventos da natureza ajudam no fornecimento de informações atualizadas tanto para investigação meteorológica (extensão, velocidade dos ventos e trajetória de uma tempestade) quanto para alertar autoridades a tomarem medidas de apoio à população.

O furacão que agora assola o Mar do Caribe tem previsão de impactar 1,5 milhão de pessoas na Jamaica – metade da população do país –, sendo o considerado o mais forte furacão que já atingiu a ilha, de acordo com a Cruz Vermelha. Três pessoas morreram por conta das tempestades prévias à chegada do Melissa.

Entendendo a formação do Melissa

Uma combinação de condições explicam a formação e intensidade do furacão Melissa no Atlântico. Uma reportagem da revista Scientific American explicou que a tempestade conseguiu atingir os limites que um furacão pode atingir devido a “uma alinhamento quase perfeito de circunstâncias”.

O motor principal que move o Melissa é a convecção, gerada pela diferença de temperatura entre a superfície quente do mar e a atmosfera fria no topo da tempestade. O ar que flui para fora do furacão atinge a camada da tropopausa, conhecido como o limite entre a troposfera e a estratosfera.

 Copernicus Sentinel-3/Eumetsat A combinação de diferentes fatores ambientais e climáticos explicam a rara intensidade do Melissa, que pode ser o mais forte furacão que já atingiu a Jamaica — Foto: Copernicus Sentinel-3/Eumetsat

Um importante detalhe é que a troposfera é mais alta na região dos trópicos do que em latitudes temperadas. Isso colabora para que o Melissa se aproveite de nuvens extremamente frias em seus processo de convecção, intensificando o fenômeno.

Outro agravante para a intensidade da tempestade é o fato dela estar se movendo lentamente pelo oceano. Numa velocidade de apenas 5 a 8 km/h, o Melissa deveria estar agitando águas mais frias e profundas, o que acabaria fazendo ele perder força. Porém, as águas ainda estão quentes o suficiente na região para que isso não aconteça.

Caso o Melissa estivesse mais rápido, ele provavelmente não conseguiria se alimentar dessas águas quentes por tanto tempo. O problema é que o furacão mal se moveu durante a última semana, colaborando para que a reserva de calor oceânica alçasse a tempestade para ranking das maiores já registradas no Atlântico.

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