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O Prémio Nobel da Paz foi entregue a Maria Corina Machado, descrita pelo Comité do Nobel como "uma campeã corajosa e empenhada da paz".
O presidente do Comité Nobel, Jorgen Watne Frydnes, anunciou a vencedora descreve-a como "uma mulher que mantém acesa a chama da democracia no meio de uma escuridão crescente".
O Comité Norueguês do Nobel justifica a decisão "pelo trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e pela sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia".
"Maria Corina Machado cumpre os três critérios estabelecidos no testamento de Alfred Nobel para a seleção do laureado com o Prémio da Paz. Ela uniu a oposição do seu país. Nunca vacilou na resistência à militarização da sociedade venezuelana. Tem sido firme no seu apoio a uma transição pacífica para a democracia", é possível ler em comunicado.
Nascida em 1967 em Caracas, Maria Corina Machado, é conhecida como uma das figuras mais firmes e influentes da oposição ao regime de Nicolás Maduro. Ao longo da sua carreira, destacou-se pela postura firme contra o Chavismo e por denunciar a corrupção, a repressão e as violações de direitos humanos na Venezuela.
"A Sra. Machado tem sido uma figura fundamental e unificadora numa oposição política que antes estava profundamente dividida – uma oposição que encontrou um terreno comum na exigência de eleições livres e um governo representativo", escreve o Comité Norueguês do Nobel. "Numa altura em que a democracia está ameaçada, é mais importante do que nunca defender este terreno comum", reforçou.
Maria Corina Machado foi impedida de concorrer às eleições presidenciais da Venezuela, em 2024. A líder da oposição venezuela vive escondida na Venezuela desde então.
"No último ano, a Sra. Machado foi forçada a viver na clandestinidade. Apesar das graves ameaças contra a sua vida, ela permaneceu no país, uma escolha que inspirou milhões de pessoas", explica o comunicado do Nobel.
E Trump?
As as pirações de Donald Trump em ser galardoado com o Prémio Nobel eram conhecidas com o presidente norte-americano a achar ter feito o suficiente para ser distinguido.
O recente acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza seria, pelo menos para o líder da Casa Branca, mais um argumento a seu favor, apesar de a Academia norueguesa ter afirmado, categoricamente, na quinta-feira, que a decisão sobre quem receberia o galardão, este ano, tinha sido tomada na passada segunda-feira, antes do entendimento ser celebrado.
Após o anúncio do Nobel, esta sexta-feira, Jorgen Watne Frydnes foi diretamente questionado sobre Donald Trump e se a pressão exercida pelo presidente influenciou, ou não, a decisão.
Em resposta, Frydnes afirmou que "na longa história" do Prémio Nobel da Paz, o comité já testemunhou campanhas e "tensão mediática".
"Baseamos a nossa decisão apenas no trabalho e na vontade de Alfred Nobel", reforçou.
O anúncio foi feito esta sexta-feira, em Oslo e acontece numa altura especialmente conturbada. Desde 1946 que não havia tantos conflitos armados a envolver pelo menos um Estado, de acordo com a Universidade sueca de Uppsala.
Um total de 338 nomeações foram apresentadas para o prémio, incluindo 244 indivíduos e 94 organizações
Este é o único dos Nobel a ser atribuído em Oslo pelo Comité do Nobel Norueguês. As restantes categorias são anunciadas em Estocolmo, capital da Suécia. Durante esta semana foram anunciados dos vencedores nas categorias de Medicina, Física, Química e Literatura.
O Prémio Nobel da Economia, a última categoria a ser anunciada, só será conhecido na próxima segunda-feira, dia 13 de outubro.