ANUNCIE AQUI
A nova ofensiva de Israel causa mortes e desespero na população da Cidade de Gaza. Neste domingo (28), tanques israelenses entraram em bairros residenciais na capital do enclave. Autoridades sanitárias locais relataram dezenas de ligações de moradores aflitos com a presença das forças militares próximo de suas casas.
28 set 2025 - 11h31
(atualizado às 11h34)
A nova ofensiva de Israel causa mortes e desespero na população da Cidade de Gaza. Neste domingo (28), tanques israelenses entraram em bairros residenciais na capital do enclave. Autoridades sanitárias locais relataram dezenas de ligações de moradores aflitos com a presença das forças militares próximo de suas casas.

Tanques israelenses atiram em direção à Faixa de Gaza, perto da fronteira entre Israel e o enclave palestino neste domingo, 28 de setembro de 2025.
Foto: RFI
Testemunhas e médicos disseram que os tanques israelenses intensificaram suas incursões nos bairros de Sabra, Tel Al-Hawa, Sheikh Radwan e Al-Naser, aproximando-se do centro e das áreas ocidentais da Cidade de Gaza, onde centenas de milhares de pessoas buscaram refúgio.
Nas últimas 24 horas, a Força Aérea de Israel atingiu 140 alvos militares em Gaza, incluindo combatentes e infraestruturas de grupos armados palestinos. Pelo menos cinco pessoas foram mortas em um ataque aéreo no bairro de Al-Naser, de acordo com autoridades locais de saúde.
Além disso, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, afirmou em um comunicado que pelo menos 77 pessoas morreram em ataques israelenses nas últimas 24 horas.
Na noite de sábado (27), o Serviço Civil de Emergência de Gaza informou que Israel rejeitou 73 pedidos enviados por organizações internacionais para resgatar palestinos feridos na capital do enclave.
Ofensiva terrestre agrava catástrofe humanitária
O exército israelense lançou sua ofensiva terrestre na Cidade de Gaza em 16 de setembro, após semanas de intensos ataques aéreos que forçaram centenas de palestinos a fugir, embora muitos tenham permanecido.
O cerco militar israelense agravou ainda mais a catástrofe humanitária na capital do enclave. Quatro unidades sanitárias fecharam este mês na Cidade de Gaza, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS). Alguns centros de combate à desnutrição também interromperam suas atividades, segundo a ONU.
O Programa Mundial de Alimentos aponta que entre 350 mil e 400 mil palestinos fugiram da região desde agosto, mas centenas de milhares ainda permanecem. No mês passado, o exército israelense estimou que o número de palestinos em Gaza chegava a cerca de 1 milhão.
Negociações pelo cessar-fogo
O Hamas disse neste domingo que não recebeu novas propostas dos mediadores, depois que o presidente americano, Donald Trump, falou sobre um "acordo com Gaza" na sexta-feira (26). Trump deve se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca nesta segunda-feira (29).
Já o embaixador americano Mike Huckabee deve viajar ao Cairo para se reunir com autoridades locais como parte das consultas diplomáticas regulares entre as embaixadas dos Estados Unidos na região. O Egito está entre os países que atuam como mediadores no conflito.
Israel iniciou sua ofensiva em Gaza há quase dois anos, após um ataque liderado pelo Hamas que matou cerca de 1.200 pessoas e fez 251 reféns em outubro de 2023, segundo dados israelenses. Desde então, as forças israelenses mataram mais de 66 mil pessoas, de acordo com autoridades de saúde do enclave palestino.
(Com Reuters)
A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.