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A escolha do vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) para disputar uma vaga ao Senado por Santa Catarina nas eleições do ano que vem o colocou novamente em posição oposta à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). Visto como um caminho “seguro” para que o filho 02 de Jair Bolsonaro (PL) passe a cumprir expediente em Brasília, Santa Catarina tinha como favorita para disputar uma vaga ao Senado pelo partido a deputada Caroline de Toni (PL-SC). A parlamentar conta com a simpatia de Michelle, que é presidente do PL Mulher e já externou ao presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, e a Bolsonaro, o descontentamento com o baixo número de mulheres no páreo para esta função no ano que vem.
Embora dois senadores sejam eleitos no ano que vem, a segunda vaga deve caber ao senador Esperidião Amin (PP), que é aliado de Bolsonaro. Amin é visto como um nome que agrega mais palanques no estado e amplia o eleitorado para a chapa. Além disso, possui a simpatia do governador Jorginho Mello. A composição para o Senado é vista como uma prioridade para Bolsonaro, já que pretende fazer maioria na Casa para mobilizar ações contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A insistência de Michelle em ter De Toni como candidata faz com que o partido busque uma solução para acomodá-la, sem fazer com que concorra novamente à Câmara. Na atual legislatura, a deputada foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Recentemente, ela abriu mão da liderança da minoria da Câmara para que outro filho de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (SP), pudesse cumprir o seu mandato à distância, enquanto permanece nos Estados Unidos. A manobra, entretanto, não foi aceita pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
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O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, admite a dificuldade de lidar com o tema:
“A Carol é querida pela Michelle e por todos nós, mas o Esperidião Amin também quer a vaga e o Bolsonaro já bateu o martelo que o Carlos vem por Santa Catarina. Até daria para termos ela e Carlos concorrendo simultaneamente, mas o Esperidião nunca faltou para nós, ele é da direita. Estamos vendo o que fazemos, cogitamos pedir para que o Jorginho Mello a coloque de vice”, diz.
Procurada, De Toni não se manifestou. De acordo com pessoas próximas a Michelle, a ex-primeira-dama teria se queixado pelo fato de não ter tido o pedido para uma candidatura feminina por Santa Catarina, estado que é tido como reduto da direita. À frente do PL Mulher, Michelle é responsável por atrair filiadas ao partido e montar a nominata feminina. Entretanto, lamentou só ter voz em relação às escolhas para a Câmara. Ela deve ser candidata ao Senado pelo Distrito Federal, no ano que vem. Apesar da reclamação, ela não teria se oposto diretamente ao nome de Carlos.
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Depois de anos de relação conturbada, Carlos elogiou a ex-primeira-dama, a quem chamou de “guerreira”, durante uma live com o senador Magno Malta (PL-ES), ao comentar a saúde do ex-presidente. Meses antes, em uma entrevista, Michelle disse que não falava com o enteado e que não pretendia retomar os contatos. Depois disso, em uma manifestação, os dois se cumprimentaram.