Justiça manda Sniper buscar bens de Marcelinho Carioca por morte de menino em 1998

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  • Diego Garcia

9 de out, 2025, 08:16

A Justiça de São Paulo determinou uma busca dos bens e contas bancárias de Marcelinho Carioca, ídolo do Corinthians, por meio de um Sniper - novo sistema do Conselho Nacional de Justiça para investigação patrimonial e recuperação de ativos.

O pedido foi feito pelo casal de idosos Servio Machado e Pedra Batista, de 74 e 68 anos de idade, que em 1998 perdeu o filho, Cristiano, de 17 anos, pisoteado por um cavalo de raça de Marcelinho enquanto cumpria um serviço dentro do sítio do então jogador do Corinthians.

Desde então, eles vêm brigando com o ídolo corintiano na Justiça para receberem uma indenização. Eles venceram em todas as instâncias, mas até hoje não conseguiram receber o valor que teriam direito, hoje perto dos R$ 600 mil, fora honorários e custas processuais.

No mês passado, o casal apelou ao Judiciário para um novo pedido de receber os recursos aos quais os idosos têm direito.

A Justiça atendeu ao pedido na semana passada. O objetivo é encontrar bens e ativos em nome de Marcelinho, verificar suas ligações com empresas e pessoas físicas por meio de procurações ou documentos, além de constatar fraudes ou celebração de negócios de compra e venda de imóveis sem registro.

O processo se arrasta há 27 anos no Judiciário paulista. A sentença em primeira instância diz que Marcelinho contratou um menor de idade, inexperiente com animais e sem nível sócio cultural para realizar as tarefas às quais foi submetido, em uma fazenda sem estrutura para criar cavalos. O garoto recebia um salário de R$ 180 por mês para trabalhar no sítio.

Para a Justiça, Marcelinho teve culpa no acidente, pois causou sofrimento e dor à família de Cristiano, por ser o dono do local e responsável por tudo, apesar de não estar lá no momento do acidente e não ser quem ocasionou diretamente a morte do menino. Ele foi condenado, na ocasião, a pagar R$ 100 mil de indenização. A capacidade financeira do então jogador e dos pais do garoto também foram levadas em consideração.

A partir daí, o processo se arrastou nos tribunais. Marcelinho reformou a sentença original para pagar metade do valor, sofreu nova derrota, a ação ficou mais de uma década travada no STJ, e os pais do menino tentaram incontáveis vezes encontrar bens em nome do jogador para penhora.

No episódio mais recente, eles descobriram que imóveis de Marcelinho na Mooca, zona leste de São Paulo, avaliados em R$ 1,3 milhão, foram a leilão para pagar dívidas de condomínio e conseguiram penhorar as matrículas desses bens. Uma decisão da Justiça determinou que devem receber uma parte do valor de venda, limitado a 150 salários mínimos.

A reportagem tentou contato com a defesa de Marcelinho, mas não conseguiu retorno. A reportagem será atualizada caso queira se manifestar.

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