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A JBS (BDR: JBSS32) divulgou seus resultados do terceiro trimestre de 2025 (3T25) na noite desta quinta-feira (13), com um resultado operacional ajustado (Ebitda) de aproximadamente US$ 1,8 bilhão, cerca de R$ 10 bilhões, ligeiramente acima das estimativas do mercado. Às 11h23, os recibos de ações negociados no Brasil (BDR) caíam 0,44%, a R$ 69,52, enquanto a ação negociada na Bolsa de Nova York tinha leves ganhos.
O Itaú BBA destaca que apenas cerca de US$ 16 milhões do Ebitda vieram de ganhos contábeis não recorrentes, indicando um trimestre “limpo” e dentro do esperado.
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Em resumo, segundo BBA, o período mostrou operações resilientes no segmento de aves, enquanto as margens da carne bovina nos Estados Unidos voltaram a níveis mais saudáveis.
Para o Bradesco BBI, o destaque positivo foi JBS Brasil, com margem EBITDA de 7,4%, apoiada por forte crescimento de receita. Em contrapartida, a Seara apresentou margem de 13,7%, abaixo das expectativas, refletindo impacto das restrições de exportação após o surto de influenza aviária.
Nos Estados Unidos, Beef (segmento de carne bovina) mostrou recuperação sequencial, embora ainda negativo, enquanto Pork (segmento de carne suína) avançou para margem de 10,3%.
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Na avaliação do BBI, o resultados reforçam a resiliência operacional da JBS, apesar do cenário desafiador para o setor de proteínas. A fraqueza na Seara deve começar a se dissipar com a reabertura de mercados como China e União Europeia, mas o aumento do plantel de matrizes no Brasil pode pressionar margens em 2026.
Já a XP Investimentos avalia os números do frigorífico como razoáveis, sendo o fluxo de caixa (FCF) o ponto negativo, com mais um trimestre de consumo de capital de giro. Apesar de um rendimento de fluxo de caixa (FCF yield) pouco atrativo, a principal questão é o risco de revisão negativa de lucros e a falta de catalisadores.
“Nossas preocupações com a perspectiva de curto/médio prazo permanecem, já que a tendência de queda nos preços do frango pode ter sido um sinal inicial de enfraquecimento da demanda”, destacam analistas da XP. “No exterior e no Brasil, a perspectiva de curto prazo continua positiva, embora para 2026 estejamos nos tornando mais conservadores.”
Segundo o BTG Pactual, a JBS apresentou resultados considerados em linha. O banco destaca que o desempenho foi impactado por bases de comparação ainda difíceis no segmento de aves e pelos desafios no mercado de gado nos Estados Unidos.
O lucro por ação (EPS) de US$ 0,52 ficou cerca de 8% abaixo das estimativas, refletindo principalmente despesas financeiras mais elevadas. Ainda assim, a empresa gerou US$ 337 milhões de fluxo de caixa livre, mesmo com maior necessidade de capital de giro e investimentos acima do nível de manutenção. A recompra de US$ 363 milhões em ações ajudou a elevar a dívida líquida para US$ 18,4 bilhões.
Recomendações
O Bradesco BBI vê menor ímpeto de lucros no setor no curto prazo, mas JBSS32 negocia com desconto relevante frente aos pares, sustentado por diversificação e execução sólida. Dessa forma, o banco reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 114,00, com visão construtiva no médio prazo.
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O BTG Pactual também reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 110, com valuation ainda atrativo e plataforma global robusta.
Segundo BBA, as perspectivas para 2026 ainda são incertas, sem sinais de revisões relevantes nos lucros, o que reduz a urgência de exposição ao papel no curto prazo, apesar da avaliação atrativa. Com isso, manteve recomendação é neutra, com preço-alvo de US$ 18 ao final de 2025.
Resultados das rivais
A MBRF (MBRF3), junção entre Marfrig e BRF, lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado consolidado de R$ 3,5 bilhões (9% menor no ano, mas 15% maior no trimestre) ficou 3% acima do esperado, quase inteiramente explicado pela Carne Bovina da América do Sul, enquanto a margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) ajustada atingiu 8,4% (1,60 ponto percentual, ou pp, menor no ano, mas 0,55 pp maior no trimestre, em linha com o esperado).
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A receita líquida atingiu R$ 42 bilhões (9% maior em base anual), 2% acima da projeção do Bradesco BBI, impulsionada por volumes de 2,101 milhões de toneladas (4% maior no ano e 4% acima do esperado), devido ao forte desempenho da Carne Bovina da América do Sul e da BRF.
O lucro líquido ajustado de R$ 680 milhões ficou acima do previsto (mas 13% menor no trimestre), beneficiado por uma menor alíquota efetiva de imposto, apesar das maiores despesas financeiras.
Já a Minerva (BEEF3) teve um trimestre para “pendurar na parede”, na avaliação da XP Investimentos. O fluxo de caixa (FCF) de R$ 2,5 bilhões, bem acima das suas expectativas e das do mercado, apesar de CAPEX e despesas financeiras maiores do que o esperado devido a efeitos de hedge.
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A Minerva apresentou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,4 bilhão no 3T25, resultado em linha com as estimativas do Itaú BBA e ligeiramente abaixo do consenso de mercado. Segundo o banco, o desempenho foi impactado pela pressão dos custos do gado em grande parte dos países da América do Sul, levando a uma margem Ebitda mais fraca que o esperado e reacendendo o debate sobre a tendência das margens recorrentes.

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