Investir só nos EUA? Franklin Templeton avisa: mundo é bem maior; veja oportunidades

há 1 semana 2
ANUNCIE AQUI

O cenário de investimentos internacionais passa por um momento de inflexão. Se antes os Estados Unidos eram praticamente a rota obrigatória de alocação global, hoje sinais de realocação de capital para outras geografias estão se tornando cada vez mais claros, impulsionados por juros elevados e pelo chamado “tarifaço” nas relações comerciais. Essa movimentação abre espaço para que investidores brasileiros explorem novas oportunidades, tanto em mercados desenvolvidos quanto emergentes.

Daniel Popovich, CFA e gestor de portfólio da Franklin Templeton, avalia que diversificar é a chave para quem busca proteger e ampliar ganhos. “Somos defensores da diversificação internacional de verdade. Os Estados Unidos continuarão relevantes, mas há oportunidades muito além do eixo americano”, afirmou. Segundo ele, Europa, Ásia e até mercados emergentes apresentam valuations mais atrativos e setores em transformação, como infraestrutura e tecnologia.

Essa visão foi compartilhada em uma das transmissões da International Week, série de lives promovida pela XP para discutir a alocação global. No terceiro episódio, a analista de fundos da XP, Clara Sodré, mediou a conversa com Popovich sobre fundos internacionais e a importância da gestão ativa para navegar o novo ciclo global.

Leia também: Diversificação global: XP mostra por que olhar só para o real limita ganhos

Juros altos e corte nos EUA abrem oportunidades em renda fixa

A renda fixa global voltou ao radar dos investidores após anos de taxas próximas de zero. Para Popovich, os patamares atuais oferecem rendimentos historicamente atrativos. “Depois de 2022, os juros nos Estados Unidos e no mundo estão bem mais altos do que nas últimas duas décadas. E agora, com o início de um ciclo de cortes, surgem oportunidades relevantes”, disse.

Ele destacou ainda que a volatilidade política e fiscal em países como Reino Unido e França pode gerar riscos, mas também criar brechas de retorno para gestores ativos.

Continua depois da publicidade

“A gestão ativa na renda fixa é essencial, porque permite selecionar ativos de qualidade em um mercado global muito mais amplo do que o brasileiro”

Um dos pontos levantados foi o mercado de high yield, que reúne empresas sem grau de investimento, mas com fundamentos sólidos. “Hoje vemos companhias listadas, com boa governança e balanços saudáveis. O high yield oferece prêmios interessantes de risco e retorno, especialmente com gestores capazes de filtrar bons créditos”, acrescentou Popovich.

Leia também: Novas tarifas de Trump elevam incertezas, avalia XP; qual impacto para o Brasil?

Ações globais: Coreia do Sul, Índia e China ganham espaço

Se a renda fixa tem ganhado atenção, a renda variável global também traz oportunidades pouco exploradas pelo investidor brasileiro. Em 2025, índices de países como Coreia do Sul e Taiwan se destacam, beneficiados pela demanda por semicondutores, fundamentais para setores como inteligência artificial.

Continua depois da publicidade

“A Coreia do Sul não é um destino óbvio, mas precisa entrar no radar. Taiwan e Índia também vivem momentos únicos, com transformações econômicas profundas”, afirmou Popovich. Ele lembrou ainda que a China, apesar dos desafios macroeconômicos, já deixou de ser apenas uma fábrica barata para se tornar referência em energia renovável, carros elétricos e tecnologia avançada.

Na visão do gestor, o papel da gestão ativa se torna ainda mais estratégico nesse ambiente.

“Um investidor sozinho não consegue mapear todo o mercado global. É aí que entra a equipe profissional, capaz de selecionar regiões e setores com maior potencial”

Estados Unidos seguem no centro do jogo

Apesar da busca por diversificação, Popovich alerta contra subestimar a força americana. “Há quem diga que os Estados Unidos estão perdendo relevância, mas é preciso calma. A economia americana continua sendo a mais dinâmica do mundo e abriga algumas das empresas mais inovadoras e produtivas”, afirmou.

Continua depois da publicidade

As chamadas “sete magníficas” da tecnologia seguem dominantes, mesmo que os valuations despertem debates. “São companhias com geração de caixa robusta e liderança global em seus segmentos. Isso sustenta uma visão positiva para o mercado acionário americano no médio e longo prazo”, concluiu o gestor.

International Week

A agenda da International Week segue nesta quarta-feira (1). No fim do dia, às 17h, o foco será em renda fixa, com Mayara Rodrigues, analista da XP, e Isabella Nunes, CFP® e head de Sales da J.P. Morgan Asset Management.

Ler artigo completo